O vereador Gilson da Agricultura, do União Brasil, teve o mandato cassado na noite desta quarta-feira (3) pela Câmara Municipal de Pedra Preta. A decisão, aprovada por oito votos a dois, ocorreu após o parlamentar ser acusado de quebra de decoro por proferir ofensas à prefeita Iraci Ferreira, do PSDB.
A declaração que motivou o processo disciplinar foi dada em agosto, durante uma sessão legislativa, quando Gilson atacou a chefe do Executivo ao criticar investimentos da prefeitura. Revoltado com supostos gastos de R$ 500 mil em festas enquanto moradores da zona rural enfrentariam falta de água, o vereador afirmou que Iraci agia “que nem cachorra viciada dentro dos assentamentos pedindo votos”.
A fala ganhou repercussão estadual e gerou forte reação política. A Associação Mato-Grossense de Municípios classificou o episódio como um caso de violência política de gênero. A deputada estadual Janaína Riva e a primeira-dama do Estado, Virgínia Mendes, também repudiaram o ataque. Até mesmo o União Brasil, partido do vereador, criticou publicamente sua postura.
Na votação, foram favoráveis à cassação os vereadores Chico Lima Tur (PSDB), Cícero da Ambulância (Republicanos), Ediérico Machado (União Brasil), Hélio de Farias (PSDB), Mateus Barbosa (PSDB), Samuel Cabral (Republicanos), Thiago Kulkamp (PSB) e Ronaldo Pereira dos Santos. Apenas Eder da Mecânica (PSB) e Fernando do Gelvalino (Podemos) votaram contra. O presidente da Câmara, Laudir, só se manifestaria em caso de empate, o que não ocorreu.
Com a cassação, a vaga de Gilson da Agricultura deve ser preenchida conforme determinação da Justiça Eleitoral, seguindo a ordem de suplência do União Brasil no município.
