Maduro
O pronunciamento do ditador venezuelano Nicolás Maduro em português, divulgado na quinta-feira (4), provocou repercussão imediata no Brasil e no cenário internacional. Em meio à escalada de tensão diplomática e às sanções impostas pelos Estados Unidos, o líder fez um apelo direto ao “povo do Brasil”, pedindo apoio à Venezuela diante do que chamou de “luta pela paz e soberania”.
No vídeo, Maduro utilizou frases curtas em português para tentar aproximar-se do público brasileiro e reforçar uma ideia de unidade entre os dois países. Ele declarou: “A luta continua, a vitória é nossa. Viva a unidade do povo brasileiro, viva a unidade com o povo venezuelano”. Na sequência, convocou: “Povo do Brasil, saiam às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e soberania”.
O discurso ocorreu no mesmo período em que as Forças Armadas dos Estados Unidos anunciaram uma nova operação no Pacífico Oriental. De acordo com o comando militar, um barco suspeito de transportar drogas foi atingido em águas internacionais, resultando na morte de quatro homens. Segundo os norte-americanos, a embarcação navegava por uma rota conhecida do narcotráfico. Desde setembro, os EUA relatam pelo menos 23 ações semelhantes, com mais de 80 mortos, como parte de uma estratégia de pressão sobre o governo de Caracas.
Em outra frente, Maduro mencionou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em um programa de TV venezuelano, um ministro informou que o líder recebeu um boné enviado pelo movimento brasileiro, interpretado como gesto de apoio às organizações comunitárias socialistas da Venezuela. O MST mantém histórico de diálogo com grupos da esquerda latino-americana e já manifestou simpatia por iniciativas alinhadas ao “socialismo do século 21”.
A menção ao movimento brasileiro, somada ao apelo em português, revela uma tentativa de Maduro de fortalecer laços políticos e ideológicos com setores da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que enfrenta pressões externas e desgaste interno.
