
Um costume curioso levou um homem de Chongqing, no sudoeste da China, ao hospital com uma grave infecção nos pulmões. O hábito aparentemente inofensivo de cheirar as próprias meias sujas ao final do dia acabou provocando uma aspergilose pulmonar, segundo diagnóstico confirmado por médicos do Hospital Sudoeste da Universidade Médica do Exército.
O homem começou a apresentar sintomas com uma tosse persistente, que não melhorava mesmo com o uso de xaropes. Com o passar dos dias, o quadro se agravou: além da tosse, ele passou a ter insônia e irritação nos olhos. Sem sinais de melhora, decidiu buscar atendimento médico.
Exames de imagem identificaram uma inflamação na parte inferior do pulmão direito. Uma broncoscopia revelou o responsável pela condição: o fungo Aspergillus, causador da aspergilose — uma infecção fúngica que pode afetar gravemente o sistema respiratório.
Fungos nas meias
Durante a investigação clínica, os médicos descobriram que o paciente tinha o hábito de cheirar suas meias usadas após um longo dia de trabalho. A equipe decidiu analisar o tecido e encontrou ali o mesmo fungo identificado nos pulmões.
“Depois de ouvir o que ele relatou, percebemos que o hábito poderia estar ligado ao quadro pulmonar”, afirmou Liang Peiqiang, médico-chefe do Departamento de Medicina Respiratória do hospital.
De acordo com Luo Hu, vice-diretor da instituição, meias suadas criam um ambiente propício para a proliferação do Aspergillus, especialmente após longos períodos dentro dos calçados. “Se a pessoa cheira ou aspira tecidos contaminados, os fungos podem alcançar os pulmões. E se a imunidade estiver baixa, isso pode causar pneumonia fúngica”, explicou.
Tratamento e recuperação
O paciente foi tratado com medicamentos antifúngicos e respondeu bem ao tratamento. Atualmente, está em processo de recuperação.
O que é a aspergilose?
O fungo Aspergillus é comum no meio ambiente e pode ser encontrado em solo, poeira, folhas, roupas de cama e até sistemas de ventilação. Em pessoas saudáveis, geralmente não representa risco. No entanto, indivíduos com imunidade comprometida ou problemas respiratórios preexistentes podem desenvolver infecções graves ao inalarem os esporos.
O caso, que ganhou repercussão internacional após ser noticiado pelo jornal britânico The Sun, chama atenção para os perigos de hábitos aparentemente inofensivos — e reforça a importância da higiene e do cuidado com o sistema respiratório.