
Durante a cerimônia de lançamento do Programa Solo Vivo, realizada neste sábado (24) no Assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde (MT), jornalistas foram isolados em um cercado e impedidos de se aproximar das autoridades, incluindo o próprio presidente da República.
A medida gerou forte desconforto entre os profissionais da comunicação, que relataram ter sido privados de exercer plenamente sua função — a de informar. Sem acesso aos políticos, sem possibilidade de fazer perguntas e com a movimentação severamente limitada, a cobertura jornalística foi drasticamente comprometida.
Segundo os organizadores, o isolamento foi adotado por razões de “segurança presidencial”. No entanto, o argumento perdeu força diante do cenário observado no local: centenas de apoiadores circulavam livremente, vindos de diferentes cidades em ônibus e veículos particulares, enquanto os jornalistas permaneciam cercados e sob vigilância.
Alguns repórteres tentaram driblar a contenção para garantir registros e informações mínimas, mas a chegada do presidente intensificou o bloqueio. Nenhuma declaração foi permitida. Nenhuma pergunta foi feita.
O episódio levanta questionamentos sobre a transparência de eventos públicos e o respeito à liberdade de imprensa — especialmente em um momento em que a relação entre governo federal e veículos de comunicação já se mostra delicada.
Entidades jornalísticas e profissionais da área expressam preocupação com o que consideram um cerceamento inaceitável da atividade jornalística. A cobertura de atos oficiais não pode — e não deve — ser conduzida sob grades.
As informações e foto são do Repórter MT
