Deputados ironizam Janja e PT reage com campanha nas redes; VEJA

Alvo de críticas após falar sobre regulação das redes sociais em uma reunião oficial com o presidente chinês Xi Jinping, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, recebeu o apoio formal do Partido dos Trabalhadores (PT), que lançou a campanha “Estou com Janja” nas redes sociais nesta quinta-feira (22). A iniciativa tenta conter o desgaste gerado pela fala de Janja durante o encontro diplomático, onde, segundo relatos, ela teria constrangido autoridades chinesas ao mencionar o TikTok.

Com a hashtag da campanha, a publicação do PT no X (antigo Twitter) já alcançou mais de 23 mil visualizações. A imagem da primeira-dama também foi compartilhada no Instagram do partido, acompanhada de mensagens que exaltam seu engajamento por um “ambiente digital mais seguro, especialmente para mulheres, crianças e adolescentes, as maiores vítimas dos crimes virtuais”.

Em nota oficial, o deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara, afirmou que Janja “está certíssima” em se posicionar sobre o tema. “Até protocolarmente, é função da primeira-dama do país se envolver em ações sociais e iniciativas de interesse público. E a regulação digital é de alto interesse público”, escreveu.

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A campanha de Janja também conta com apoio internacional. A primeira-dama da França, Brigitte Macron, gravou um vídeo direcionado ao povo brasileiro em apoio à iniciativa.

Ironias no Congresso

O protagonismo de Janja não passou despercebido no Congresso. Deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO) e Zé Trovão (PL-SC) ironizaram a atuação da primeira-dama, sugerindo que ela está assumindo um papel indevido na diplomacia brasileira.

Nikolas, por exemplo, publicou nas redes: “Agora temos duas ministras das Relações Exteriores? Janja resolveu fazer diplomacia em nome do Brasil”. Já Gayer escreveu: “Enquanto o Brasil espera segurança, saúde e emprego, a prioridade é regular TikTok na China”. Zé Trovão completou: “Janja toma o lugar de Lula e vira porta-voz do governo no exterior. Vexame internacional”.

Fala polêmica e reação do Planalto

Janja negou ter causado qualquer mal-estar e afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que sua fala foi medida e legítima. “Quer dizer que eu não posso falar? Eu não sou um biscuit de porcelana. Eu não vou num jantar só para acompanhar meu marido. E ele nunca disse ‘não fale, fique quieta’”, rebateu.

O presidente Lula saiu em defesa da esposa: “Foi a Janja quem pediu a palavra para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e as crianças. Foi só isso. E foi uma coisa normal. Eu fiz a pergunta e não me senti incomodado. O fato de minha mulher pedir a palavra é porque ela não é cidadã de segunda classe”, declarou.

Segundo Lula, o próprio Xi Jinping se comprometeu a enviar um representante para discutir o tema com o Brasil.

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