
O juiz Anderson Gomes Junqueira, da 19ª Zona Eleitoral de Tangará da Serra, autorizou o prosseguimento de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito de Nova Olímpia, Ari Cândido Batista (PL), o vice Eduardo Oliveira de Almeida (PP) e o ex-prefeito José Elpídio de Moraes. Eles são acusados de compra de votos, propaganda irregular e outras condutas com fins eleitorais durante as eleições de outubro de 2024.
Segundo a decisão de 28 de maio, os investigados teriam oferecido cinco bolsas de cimento a um eleitor dois dias antes da votação, em troca de apoio político. Também são acusados de suspender o acesso de uma servidora da prefeitura ao sistema de compras da Secretaria de Assistência Social, em possível retaliação por motivos políticos.
A defesa dos acusados argumentou que não há provas suficientes e que a ação não deveria seguir, mas o juiz rejeitou os pedidos. Para ele, há indícios sólidos que justificam o andamento do processo e o aprofundamento das investigações.
“Há elementos suficientes que autorizam a continuidade da ação em face do representado”, escreveu o magistrado. Ele determinou a quebra de sigilo fiscal de uma loja de materiais de construção onde o cimento teria sido comprado, exigindo notas fiscais e documentos entre os dias 1º e 10 de outubro. A empresa responsável pelo sistema da prefeitura também deverá explicar quem solicitou a suspensão do acesso da servidora.
O juiz marcou audiência para ouvir testemunhas na próxima quinta-feira (5).
Ari e Eduardo foram eleitos com 3.979 votos (40,79%). Se as acusações forem comprovadas, podem ter os mandatos cassados e ficar inelegíveis por oito anos.
A ação foi movida pela coligação adversária, Nova Olímpia de Todos, dos candidatos João Carlos Ribeiro (União) e Melissa de Campos Giacomo (PSD), que ficaram em segundo lugar com 3.850 votos (39,46%).