
Afinal, honestidade deveria ser um princípio básico, mas infelizmente, na política, confiar na palavra de alguém pode ser o maior erro que um profissional pode cometer.
Em um mundo ideal, a palavra dada deveria bastar para garantir um acordo. No entanto, a realidade mostra que confiar apenas na boa-fé pode resultar em prejuízos irreparáveis, especialmente quando se trata de contratos de prestação de serviço. Infelizmente, muitos profissionais ainda aprendem da pior forma que um acordo verbal, por mais claro que pareça, está sempre sujeito a mudanças de narrativa, manipulações e, em alguns casos, até mesmo calotes.
Quando o Combinado Não Sai Caro
O contrato não é apenas um pedaço de papel burocrático, mas sim uma garantia legal de que ambas as partes irão cumprir o que foi estabelecido. Isso se torna ainda mais crucial em áreas como a política, onde acordos informais são frequentemente descumpridos sem o menor escrúpulo.
Tive a infelicidade de viver isso na pele durante a campanha eleitoral de 2024. Fui contratado para prestar assessoria de imprensa para uma candidata, e, desde o início, ficou acordado que o serviço seria realizado sem a emissão de nota fiscal. Ambas as partes estavam cientes e concordaram com essa condição.
Porém, passados cinco meses, o pagamento nunca foi feito. Pior ainda, a candidata alterou completamente sua versão da história e passou a me acusar de ter emitido uma nota fiscal que, segundo ela, justificaria o não pagamento. A desonestidade se tornou evidente, e, sem um contrato assinado, restaram apenas minha palavra e a memória de um acordo que agora não existia mais aos olhos da devedora.
O Contrato Como Proteção
Muitos encaram o contrato como um sinal de desconfiança, mas ele é, na verdade, um instrumento de proteção para todas as partes envolvidas. Um contrato bem redigido define exatamente quais são os serviços prestados, os prazos, a forma de pagamento e eventuais penalidades em caso de descumprimento. Em casos de disputa, um documento formal tem valor legal, ao contrário de conversas informais ou mensagens de texto que podem ser facilmente ignoradas ou distorcidas.
No mundo da assessoria política, é comum encontrar profissionais que já passaram por situações semelhantes. A pressa das campanhas, o caos do período eleitoral e a ilusão de que um político honrará sua palavra muitas vezes fazem com que o contrato seja negligenciado. No entanto, é exatamente nesse cenário que ele se torna ainda mais essencial.
O Aprendizado
Se existe uma lição que levo dessa experiência, é que não importa o quão convincente uma pessoa possa parecer: nunca mais fecho um serviço sem um contrato bem elaborado. Essa é a única forma de garantir que o trabalho seja valorizado e que os direitos do profissional sejam preservados.
Para aqueles que atuam na assessoria política ou em qualquer outra área, fica o alerta: sempre formalize seus acordos. Um contrato pode parecer um detalhe no início, mas quando surgem problemas, ele se torna a diferença entre receber pelo seu trabalho ou ser enganado por promessas vazias.
Afinal, honestidade deveria ser um princípio básico, mas infelizmente, na política, confiar na palavra de alguém pode ser o maior erro que um profissional pode cometer.

Ana Barros é jornalista
Candidato sem honestidade é complicado, pior ainda os que só saem pra pegar dinheiro do partido kk