A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou nesta terça-feira (28) a existência de uma verdadeira “fortaleza do crime” no topo do Complexo do Alemão, usada como base estratégica pelo Comando Vermelho (CV). O imóvel, avaliado em milhões, impressionou até os investigadores pela estrutura de alto padrão, com piscina revestida de azulejos importados, área gourmet com churrasqueira embutida, suítes climatizadas, porcelanato de luxo e iluminação cênica — um contraste gritante com a realidade de pobreza da comunidade.
Segundo as investigações, o local servia como refúgio e centro de operações dos principais líderes do tráfico, que coordenavam dali as ações do grupo em toda a Zona Norte. A descoberta ocorreu durante a megaoperação que mobilizou 2,5 mil agentes da Polícia Civil, Polícia Militar e forças táticas especiais, considerada a maior desde 2010.
Helicópteros e blindados deram suporte às equipes em solo, que enfrentaram horas de confrontos intensos, explosões e barricadas. O saldo até o momento é de 64 mortos e 81 presos, incluindo 20 traficantes de alta periculosidade e dois policiais civis suspeitos de repassar informações ao crime organizado.
Mesmo com o forte aparato, parte dos criminosos fugiu por túneis secretos e passagens subterrâneas, construídos para interligar pontos estratégicos dentro das favelas — uma tática já conhecida das forças de segurança.
De acordo com os investigadores, o “Oásis do CV” era mais do que um símbolo de ostentação: representava o poder territorial e financeiro do tráfico, que impunha sua autoridade pela violência e pelo luxo. A descoberta reforça a mensagem das autoridades: nem o crime de elite está acima da lei.
