
No Ceará, o grupo ocupou a sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, em Fortaleza, com cerca de 700 integrantes.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deflagrou uma nova onda de ocupações no país como parte do chamado “Abril Vermelho”. Até o início da tarde desta segunda-feira (7), o movimento já havia invadido 11 propriedades rurais e prédios públicos em oito Estados brasileiros: Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará, Goiás e Rio de Janeiro.
As primeiras ocorreram no fim de semana. Em Minas Gerais, o alvo foi uma área às margens da BR-116, em Frei Inocêncio, no Vale do Rio Doce. Já em Pernambuco, os sem-terra invadiram um terreno da Usina Santa Teresa, em Goiana. Nesta segunda, ainda em PE, cerca de 250 famílias ocuparam a Fazenda Boi Caju II, em Tacaratu, e outras 300 entraram na histórica Usina Nossa Senhora do Carmo, em Pombos.
No Ceará, o grupo ocupou a sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, em Fortaleza, com cerca de 700 integrantes. Em Goiás, a invasão foi na Superintendência Regional do Incra. Já no Rio de Janeiro, houve protesto na Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes.
Em São Paulo, o MST ocupou a Usina São José, produtora de açúcar em Rio das Pedras. No Rio Grande do Norte, a ação ocorreu na fazenda experimental da Ufersa, em Mossoró, que estava desativada. Na Paraíba, o grupo tomou a Fazenda Carvalho, em Solânea, e um latifúndio em Santa Rita.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), se manifestou sobre as ações, mas evitou críticas ao MST. Em nota, disse que o governo está reconstruindo a política de reforma agrária “dentro dos parâmetros constitucionais” e que a prioridade é “mediar conflitos e garantir paz no campo”.