
O advogado criminalista e influenciador digital João Neto, de 47 anos, foi condenado a 4 anos e 2 meses de prisão pelo crime de lesão corporal qualificada contra a ex-companheira, Adriana Bernardo Santos, de 25 anos. A decisão foi proferida nesta terça-feira (3) pelo juiz Robério Monteiro, do 2º Juizado de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Maceió, em Alagoas.
Além da pena de reclusão, que será cumprida em regime aberto, João Neto foi condenado ao pagamento de R$ 40 mil em indenização por danos morais à vítima. O uso de tornozeleira eletrônica também foi determinado pela Justiça. Cabe recurso da sentença.
O caso aconteceu na madrugada do dia 14 de março deste ano, em um condomínio residencial na capital alagoana. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que João Neto retirou Adriana à força de casa, empurrou a jovem e provocou um corte em seu rosto, que exigiu atendimento hospitalar e três pontos.
João Neto chegou a ser preso em flagrante no dia 14 de abril, durante a Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), quando foi localizado próximo à unidade de saúde onde a vítima recebia atendimento. Ele permaneceu 29 dias detido no presídio Baldomero Cavalcante, sendo liberado posteriormente mediante cumprimento de medidas cautelares, incluindo o uso da tornozeleira.
O Ministério Público ainda aguarda análise do pedido para que o advogado pague pensão mensal à vítima por pelo menos um ano.
Relembre o caso
Com mais de 2,1 milhões de seguidores no Instagram, João Neto é conhecido por vídeos onde comenta casos jurídicos de grande repercussão e tira dúvidas dos seguidores, usando o bom-humor como marca registrada.
Segundo o boletim de ocorrência, Adriana relatou à polícia ter sido empurrada pelo então companheiro durante uma discussão. Ao cair, ela bateu o queixo e sofreu um corte profundo. As câmeras do prédio mostram a jovem sangrando no hall do edifício enquanto João Neto tenta conter o ferimento com um pano. O vídeo também registra o momento em que o advogado ordena que um prestador de serviço limpe o sangue e entregue os pertences da vítima, antes de ambos deixarem o local.
O caso ganhou repercussão nacional após a divulgação das imagens e da prisão do influenciador, que à época se apresentava como defensor do direito das mulheres em suas redes sociais.
A defesa de João Neto ainda não se manifestou oficialmente sobre a condenação.