
Um advogado, que preferiu não se identificar, tomou uma medida inusitada para demonstrar sua insatisfação com a forma como petições são analisadas pelo Judiciário. Em um de seus processos, ele inseriu a receita de pamonha no meio do texto jurídico, sugerindo que os magistrados não dedicam a devida atenção à leitura das peças apresentadas.
A petição, redigida pelo advogado, continha um trecho que chamava atenção para a suposta falta de análise criteriosa dos documentos enviados ao tribunal:
“Nossas petições nunca são lidas com a atenção necessária. A maior prova disso será demonstrada agora, pois se somos tratados como pamonhas, nada mais justo do que trazer aos autos a receita desta tão famosa iguaria. Rale as espigas ou corte-as rente ao sabugo e passe no liquidificador.”
O caso, que rapidamente viralizou entre profissionais do Direito, gerou debate sobre a rotina de juízes e desembargadores e a sobrecarga do Judiciário. Muitos advogados compartilharam experiências semelhantes, alegando que suas petições muitas vezes são respondidas com decisões padronizadas, sem considerar os argumentos específicos apresentados.

Apesar da repercussão, não se sabe se o juiz responsável pelo caso percebeu a inusitada inclusão na petição. O episódio, no entanto, levanta um questionamento importante: até que ponto o Judiciário consegue analisar minuciosamente todas as demandas que chegam aos tribunais?
O advogado, por sua vez, reforçou que sua intenção não era desrespeitar a Justiça, mas sim chamar atenção para um problema que, segundo ele, afeta a qualidade das decisões judiciais no país.
Leia a íntegra do que foi escrito na petição:
“Senhores julgadores, espero que entendam o que faço nestas pequenas linhas, e que não seja punido por tal ato de rebeldia, mas há tempos os advogados vem sendo desrespeitados pelos magistrados, que sequer se dão ao trabalho de analisar os pleitos que apresentamos. Nossas petições nunca são lidas com a atenção necessária.
A maior prova disso, será demonstrada agora, pois se somos tradados como pamonhas, nada mais justo do que trazer aos autos a receita desta tão famosa iguaria.
Rale as espigas ou corte-as rente ao sabugo e passe no liquidificador, juntamente com a água, acrescente o coco, o açúcar e mexa bem, coloque a massa na palha de milho e amarre bem, em uma panela grande ferva bem a água, e vá colocando as pamonhas uma a uma após a fervura completa da água, Importante a água deve estar realmente fervendo para receber as pamonhas, caso contrário elas vão se desfazer. Cozinhe por mais ou menos 40 minutos, retirando as pamonhas com o auxílio de uma escumadeira.”
É essa é a justiça brasileira… nem leem o que julgam! Como confiar?