
Uma foto antiga do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vestindo uma camiseta com a palavra “anistia” viralizou nas redes sociais neste domingo (16). O registro, feito em 1979, mostra o então líder sindical distribuindo panfletos em defesa dos exilados políticos do regime militar. Entre os compartilhamentos, um dos mais comentados foi o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que publicou a imagem em meio a um ato da direita pedindo anistia para os condenados do 8 de janeiro.
No Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados participaram de uma manifestação em Copacabana exigindo anistia para os presos pelos atos antidemocráticos que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes. A postagem de Michelle, nesse contexto, foi interpretada como uma tentativa de apontar uma suposta contradição na postura de Lula, que no passado defendeu anistia, mas hoje se opõe à medida para os condenados pelos atos de 2023.
Luta por anistia no passado
A camiseta usada por Lula na época simbolizava a luta da esquerda pela anistia ampla, geral e irrestrita para presos do período militar, incluindo militantes de grupos guerrilheiros. A mobilização culminou na Lei da Anistia de 1979, que permitiu o retorno de exilados e a libertação de presos políticos. Entre os beneficiados pela lei estavam nomes como José Dirceu e Dilma Rousseff, além do próprio Lula, que teve sua ficha criminal limpa após ter sido preso por liderar greves no ABC Paulista em 1980.
Postura atual de Lula sobre anistia
Apesar de já ter defendido a anistia no passado, Lula se posiciona contra a concessão do benefício aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O petista argumenta que os responsáveis devem ser punidos para garantir a proteção da democracia e evitar novos episódios semelhantes. A posição do presidente tem gerado críticas da direita, que vê incoerência entre sua trajetória e seu discurso atual.
A repercussão da foto e o debate sobre anistia reacendem discussões sobre o uso do termo em diferentes contextos históricos, com cada lado buscando sustentar sua narrativa política.
Vai dar certo mas não vai ser fácil pois os anistiados de agora não são bandidos.