O Partido Liberal (PL) anunciou, nesta quinta-feira (27), a suspensão da remuneração e das atividades partidárias do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocupava o cargo de presidente de honra da sigla. A decisão ocorre em cumprimento à legislação eleitoral após a condenação que resultou na perda dos direitos políticos do ex-mandatário.
Segundo comunicado do partido, Bolsonaro recebia cerca de R$ 42 mil mensais por sua função na legenda. “Infelizmente, por decorrência da lei e em razão da suspensão dos direitos políticos do nosso presidente de honra, Jair Bolsonaro, as respectivas atividades partidárias de nosso líder estarão igualmente suspensas, inclusive a sua remuneração, enquanto perdurarem os efeitos do acórdão condenatório na AP 2668”, informou o PL.
Bolsonaro se filiou ao partido em 2021, após deixar o então PSL. Desde a última terça-feira (25), cumpre pena em regime fechado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde já estava detido preventivamente desde o sábado (22). Ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento no inquérito que investigou um plano para tentativa de golpe de Estado.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou ao UOL que a sigla está “somente cumprindo a lei”. O líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, reforçou que a suspensão segue orientação jurídica interna para evitar eventuais sanções.
O cargo de presidente de honra ficará vago durante o cumprimento da pena. “Só existe este nome porque só uma pessoa é digna de um cargo de honra. Quando Bolsonaro for libertado, retoma a posição”, disse Sóstenes. Ele acrescentou: “Ele continua sendo nosso líder. Estamos apenas cumprindo, ainda que de forma injusta, a legislação”.
Além da remuneração partidária, Bolsonaro recebe R$ 12.861,61 como capitão reformado do Exército e figura na folha de parlamentares aposentados com remuneração bruta de R$ 41.563,98.
Segundo apuração do portal Metrópoles, em agosto deste ano Valdemar consultou o departamento jurídico do PL sobre a manutenção do pagamento durante a prisão domiciliar de Bolsonaro. À época, o advogado autorizou a continuidade dos repasses.
