O juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou o retorno imediato de Lumar Costa da Silva à internação psiquiátrica. Ele ficou conhecido pelo crime brutal cometido em 2019, em Sorriso, quando matou a própria tia e arrancou o coração da vítima. Lumar havia recebido alta do tratamento em junho deste ano, mas voltou a ser investigado após se envolver em um novo episódio de violência.
A decisão foi tomada depois que Lumar, que vivia com a mãe em Campinas (SP) desde a desinternação, foi acusado de agredir uma mulher na cidade. Para o magistrado, o novo crime indica regressão no quadro clínico e risco à segurança pública. Na decisão, Fidelis Neto destacou que a conduta recente “denota possível alteração do quadro psíquico e retorno da periculosidade ativa”.
O juiz revogou a desinternação e decretou novamente a prisão do paciente, que deverá ser reinserido em medida de segurança na modalidade de internação, conforme previsto pelo artigo 97 do Código Penal. O magistrado também determinou o imediato cumprimento da ordem e o recolhimento de Lumar ao CIAPS Adauto Botelho, proibindo sua permanência em unidade prisional comum. A unidade deverá reavaliar seu estado de saúde.
Relembre o caso
Lumar ganhou notoriedade nacional em julho de 2019 ao matar sua tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos, em um ataque de extrema violência. Ele a golpeou com uma faca, abriu o tórax e arrancou o coração, que foi entregue à filha da vítima. Naquele período, ele havia deixado São Paulo dias antes, após tentar matar a própria mãe.
Laudos psiquiátricos emitidos em 2020 apontaram que Lumar sofre de transtorno afetivo bipolar, apresentando comprometimento do juízo, falta de autocontrole, impulsividade e agressividade. Os exames concluíram que ele não tinha condições de viver em sociedade. Em junho de 2022, ele foi absolvido impropriamente, mas submetido a medida de segurança, com internação por tempo indeterminado em hospital de custódia.
