Um levantamento da Quaest aponta que a recente autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial da Amazônia tem gerado repercussão negativa nas redes sociais e prejudicado a percepção sobre a COP30, que será realizada em Belém, entre os dias 6 e 21 de novembro.
Segundo a sondagem, realizada entre 15 e 21 de outubro, as menções negativas ao evento subiram de 28% para 31%, enquanto as postagens positivas caíram de 26% para 22%. As referências neutras e informativas permaneceram em 47%, mantendo o mesmo patamar da pesquisa anterior.
Para Marina Siqueira, diretora de Sustentabilidade da Quaest, o aumento das críticas evidencia uma interrupção na tendência positiva observada nas últimas semanas. “Ambientalistas, técnicos, acadêmicos e parte da sociedade proferiram severas críticas sobre as contradições entre os objetivos do evento e a agenda ambiental interna, depois do voto ao veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a autorização concedida pelo Ibama para que a Petrobras avance nas pesquisas de exploração de petróleo na Foz do Amazonas”, explicou.
O levantamento mostrou que os eventos preparatórios da COP30 provocaram o maior volume de postagens, com destaque para encontros internacionais com personalidades como Rei Charles, Anitta e Cacique Raoni. Ao todo, foram contabilizadas 105 mil citações, com média diária de 15 mil menções e cerca de 46 mil autores únicos.
Entre as menções negativas, também se destacam críticas às desigualdades econômicas que dificultam o avanço do financiamento climático e à ausência dos Estados Unidos em acordos multilaterais. Segundo a pesquisa, o debate digital começa a refletir maior cobrança e menor entusiasmo, evidenciando uma fase crítica de análise sobre a coerência entre discurso ambiental e práticas políticas do Brasil.
