O debate em torno da megaoperação policial nas comunidades do Rio de Janeiro ganhou um novo capítulo nesta semana, quando dois dos maiores nomes da televisão brasileira entraram em conflito nas redes sociais. O apresentador Luiz Bacci, do SBT, publicou um vídeo de resposta a Luciano Huck, da Globo, que havia criticado a ação policial.
Huck, em sua postagem, lamentou as mortes e destacou o luto das famílias, citando “120 mortos” e “120 mães que enterraram seus filhos”. Bacci rebateu veementemente, defendendo a operação e rejeitando o que chamou de “romantização do crime”. “Até agora só tem bandido, entenda Luciano Huck. É só bandido, só vagabundo, só assassino, só traficante que morreu”, afirmou.
O apresentador ainda acusou Huck de prejudicar o trabalho policial com seu discurso. “Esse seu tipo de discurso de palhaço, de palhaçada serve, na verdade, para tentar intimidar a polícia a entrar no morro. Fácil falar da sua casa, do alto do Joá, cercado de seguranças e de blindados. Nunca pôs o pé em uma favela para conhecer a realidade”, declarou Bacci.
Segundo o SBT, Bacci ressaltou que não há vítimas inocentes entre os mortos. “Até agora não tem nenhum inocente. Outro deputado disse que tinham quatro meninos inocentes, balela. É só bandido que morreu. Para que está feio! O povo não aguenta mais gente defendendo bandido. Essa narrativa ficou para o passado”, disse.
A megaoperação deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, e provocou reações diversas. Além de Huck, a atriz Bruna Marquezine classificou a ação como “massacre” e o rapper Oruam, filho de Marcinho VP, chamou de “chacina”. Dados oficiais indicam que, dos 117 moradores mortos e identificados, 97 tinham acusações formais de tráfico ou assassinato, e 59 estavam ativamente procurados pela Justiça.
O episódio evidencia o acirramento do debate público sobre segurança e violência no Rio de Janeiro, com posições divergentes entre a sociedade, autoridades e figuras influentes da mídia.
