
O deputado estadual Valdir Barranco (PT) criticou duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor novas tarifas a produtos brasileiros. O chamado “tarifaço”, que passou a valer na quarta-feira (6), foi classificado pelo parlamentar como uma “arma” política usada por Trump com motivações eleitorais e internas, e não como resultado de uma avaliação justa do comércio internacional.
“O tarifaço é uma arma que o Trump está usando contra o Brasil achando que as regras do Brasil são como nos Estados Unidos, e não são. No Brasil nós temos poderes independentes, são autônomos, nos Estados Unidos não”, afirmou Barranco, sugerindo que a medida tem o objetivo de pressionar o governo brasileiro a interferir no Poder Judiciário.
Apesar da tensão gerada pelas tarifas, o deputado minimizou os efeitos diretos em Mato Grosso. Segundo ele, os principais produtos do agronegócio local, como soja, milho e algodão, não foram incluídos na nova política de taxação. “Mato Grosso está tranquilo, por isso que acho que ele não tem nem mobilização. A gente não vê essa pauta do agronegócio aqui em Mato Grosso”, avaliou.
Barranco também aproveitou para reforçar a independência entre os poderes no Brasil, em meio às pressões pela abertura de um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele alertou que se trata de um processo complexo, que depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para ser levado à análise.
Para que Moraes seja destituído do cargo, são necessários 54 votos no Senado, o equivalente a dois terços dos parlamentares. Até o momento, segundo levantamento do site votossenadores.com.br, 38 senadores se posicionaram a favor do impeachment, 19 são contrários e 24 ainda não declararam voto.
Em Mato Grosso, a bancada no Senado está unida em apoio ao impeachment. O senador Jayme Campos (União Brasil) anunciou recentemente sua adesão à causa, juntando-se a Wellington Fagundes (PL) e Margareth Buzetti (PSD), consolidando um posicionamento conjunto dos três representantes do estado contra o ministro do STF.