
Neste sábado (5), a cidade de Birmingham, no Reino Unido, viveu uma noite inesquecível e histórica. O Black Sabbath, banda que deu origem ao heavy metal nos anos 1960, subiu ao palco com sua formação original — Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward — pela última vez. O evento, batizado de “Back to the Beginning”, marcou a despedida definitiva dos palcos da banda e de Ozzy Osbourne, cinco anos após o astro revelar seu diagnóstico de Parkinson.
O espetáculo aconteceu no Villa Park Stadium e reuniu dezenas de milhares de fãs vestidos de preto, vindos de várias partes do mundo. Mais do que um show, foi uma celebração do legado de uma das bandas mais influentes da história da música. A cidade inteira se mobilizou: murais, faixas e homenagens tomaram as ruas de Birmingham, onde o som pesado das fábricas inspirou a criação do gênero que conquistou o planeta.
Com curadoria musical de Tom Morello (Rage Against the Machine), o festival trouxe uma escalação de peso: Metallica, Slayer, Tool, Guns N’ Roses, Pantera, Alice in Chains, Gojira, Fred Durst, além de Anthrax, Halestorm e Lamb of God. Um verdadeiro desfile de lendas e representantes do metal e do rock alternativo, todos reunidos para homenagear os mestres.
Além da carga emocional, o evento teve um viés social: toda a renda foi revertida para instituições de caridade que atuam em Birmingham.
Para muitos fãs, como o turco Runo Gokdemir, que vendeu o carro para garantir sua presença, o momento transcendeu a música. “O Sabbath é parte da minha vida. Eles cantaram minha dor, minha luta. Eu precisava estar aqui para agradecer”, disse, emocionado.
O último acorde do show não foi apenas um fim, mas um rito de passagem, encerrando com dignidade a jornada de uma banda que moldou gerações, lançou raízes profundas no underground e chegou aos grandes palcos como símbolo de rebeldia, força e autenticidade.