
Graves denúncias envolvendo o ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), vieram à tona nos últimos dias, revelando um suposto esquema de controle estratégico de dados dentro da Secretaria Municipal de Educação. No centro da polêmica está um acordo de cooperação assinado entre a Prefeitura e a empresa Motrix Plataformas de Aprendizagem, em 20 de junho de 2025.
De acordo com as denúncias, a parceria permitiria que a Motrix acessasse e armazenasse dados sensíveis de professores, servidores e alunos da rede pública municipal sob a justificativa de melhorar o desempenho escolar. No entanto, especialistas apontam sérias falhas na transparência do processo, sobretudo pela ausência de consentimento prévio de pais e responsáveis para a utilização das informações.
O maior temor é que essas informações possam ser desviadas para fins eleitorais, incluindo a criação de estratégias digitais voltadas à manipulação da opinião pública e ao enfraquecimento de profissionais da educação críticos à gestão. “A empresa teria liberdade para se posicionar nas redes sociais em nome da prefeitura, atacando educadores que não seguem a cartilha política do grupo de Pinheiro”, alertam os denunciantes.
Para críticos do acordo, a situação aponta para uma tentativa de privatização silenciosa da educação pública em Cuiabá, com implicações diretas na autonomia pedagógica das escolas. “Estamos diante de uma possível engenharia de controle ideológico. É como se a educação pública estivesse sendo usada como ferramenta de dominação política”, afirma um dos especialistas consultados.
O caso reforça a necessidade de regulamentação mais rigorosa sobre o uso de dados no ambiente educacional e reacende o debate sobre os limites éticos das parcerias público-privadas em áreas sensíveis como a educação.