
A Cacau Show voltou a demonstrar, na prática, o ambiente de perseguição e retaliação denunciado por franqueados nos últimos meses. Nesta semana, a loja de Náira Alvim — a primeira empresária a falar abertamente sobre os abusos cometidos pela maior rede de franquias do país — foi fechada. A decisão veio poucos dias depois da publicação das reportagens do portal Metrópoles, que revelaram relatos de intimidação, dívidas impagáveis e falta de apoio aos parceiros comerciais da marca.
Segundo Náira, representantes da Cacau Show estiveram na loja, localizada no interior de São Paulo, na última segunda-feira (2/6), e colocaram placas de “fechado”. Ela soube da ação pelos vizinhos. A empresária conta que já tinha um comprador para o ponto e que faltavam poucos dias para a transferência, que é intermediada pela própria franqueadora, ser oficializada.
“Agora eu vou ter que reassumir o imóvel e ver o que posso fazer para tentar diminuir, um pouco, o prejuízo — que já é enorme”, desabafa.
No comunicado de rescisão, a Cacau Show alegou que, “considerando que a tentativa de venda da loja restou frustrada e considerando também que não temos mais interesse na continuidade da relação estabelecida no contrato de franquia, nos termos da cláusula 6.4, no prazo de 30 (trinta) dias contados desta data, o contrato estará rescindido”.
Do anonimato à liderança
Náira ficou conhecida inicialmente pelo perfil “A Doce Amargura”, onde, sob pseudônimo, começou a relatar o cenário de medo e pressão vivenciado por franqueados. Depois da primeira reportagem do Metrópoles, ela decidiu abandonar o anonimato e deu entrevista com nome e rosto, detalhando as dificuldades enfrentadas na relação com a Cacau Show.
Desde então, outros franqueados e ex-franqueados encontraram coragem para compartilhar suas experiências. Náira assumiu, inclusive, a presidência da recém-criada Associação de Franqueados da rede, passando a sofrer ataques virtuais e novas tentativas de intimidação.
A Cacau Show, em notas direcionadas a trabalhadores e parceiros, classificou as denúncias como “boatos”. No entanto, o fechamento da loja de Náira poucos dias após o caso vir a público evidencia, segundo os denunciantes, o ambiente de represália que tentam expor.
Procurada, a empresa não comentou o fechamento da unidade até a publicação desta matéria.
Com inf. Metrópoles
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