
O Colégio Cardinalício decidiu iniciar o conclave para escolher o novo papa no dia 7 de maio, próxima quarta-feira. A data foi estabelecida após intensos debates na quinta congregação geral, série de reuniões realizadas desde a morte do papa Francisco, na semana passada. Este conclave, que deverá eleger o sucessor de Francisco, pode ser mais demorado que os dois anteriores, realizados em 2005 e 2013, que duraram apenas dois dias.
O cardeal sueco Anders Arborelius, que participou das reuniões, afirmou que, devido à diversidade de cardeais nomeados por Francisco, muitos dos quais nunca se encontraram antes, a expectativa é de um processo mais longo. O pontificado de Francisco foi marcado pela nomeação de cardeais de diversas partes do mundo, com destaque para regiões como América Latina, Ásia e África. Esse aumento na representatividade dessas regiões é visto como um movimento estratégico, já que a Igreja Católica tem crescido nessas áreas.
Entre os cerca de 135 cardeais aptos a votar, muitos são novatos que, além de aprender sobre os colegas, devem trazer à mesa questões inéditas de suas arquidioceses. Durante as congregações, espera-se que debates sobre temas relevantes e regionais, até então desconhecidos para os cardeais mais tradicionais, ganhem destaque.
A morte de Francisco gerou um grande luto, com mais de 400 mil pessoas participando de seu funeral e procissão até seu sepultamento, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. O imenso número de fiéis presentes foi interpretado como uma sinalização de que os católicos desejam que o próximo papa continue no caminho reformador iniciado por Francisco. O cardeal alemão Walter Kasper, embora não participe do conclave, sugeriu que o luto popular indicava um desejo de continuidade da linha pastoral do pontífice falecido.
Entretanto, a escolha do novo papa não está sem controvérsias. Durante o papado de Francisco, questões como a ordenação de mulheres como clérigos e a aproximação com a comunidade LGBTQIAPN+ foram discutidas, mas essas propostas geraram resistência entre cardeais conservadores. O próximo pontífice deverá lidar com essas tensões, com especulações apontando para nomes que representam diferentes visões da Igreja.
Entre os favoritos para o papado está o cardeal Fridolin Ambongo, arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo. Ambongo, que se opôs a algumas das reformas de Francisco, é visto como uma figura conservadora. Outro nome de destaque é o do cardeal Robert Sarah, da Guiné, também considerado um candidato de perfil mais conservador.
O conclave que se inicia no dia 7 de maio deverá ser um momento crucial para a Igreja Católica, com cardeais enfrentando o desafio de escolher o sucessor de Francisco em um momento de grandes mudanças e expectativas globais.