
O presidente estadual do MDB em Mato Grosso, Carlos Bezerra, classificou como “absurdos” os recentes atos promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo as manifestações no Congresso Nacional e o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro.
Em entrevista concedida nesta quarta-feira (6), Bezerra demonstrou indignação com o que considera uma ameaça à estabilidade institucional do país. “Chegamos ao fundo do poço, para a imagem nossa, para a imagem do Brasil”, lamentou o ex-deputado federal, que atualmente tem 83 anos e já vivenciou o período da ditadura militar.
Bezerra comparou os episódios recentes a tentativas de golpe de Estado do passado. “Já não deram o golpe naquela época? Agora estão tentando novamente?”, questionou. Ainda assim, declarou acreditar na resiliência das instituições brasileiras. “A estrutura democrática nossa é muito forte. Eu acho que ela vai superar tudo isso e o Brasil vai continuar sendo uma grande democracia.”
Para ele, a solução da crise está no cumprimento rigoroso da lei e no respeito aos resultados eleitorais. “Tem que prevalecer a democracia. Quem venceu, venceu”, disse, ao criticar atitudes autoritárias e a imposição de pautas à força. “Não se faz política na marra. Muito menos com agressões.”
Desde a derrota nas eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro e seus aliados vêm sendo investigados por suspeitas de incitar manifestações antidemocráticas, além de um suposto plano de golpe de Estado. As acusações envolvem desde tentativas de anulação das eleições e disseminação de fake news até planos de assassinato e pressão sobre autoridades do Judiciário e do Executivo.
Bezerra, que já presidiu a Câmara dos Deputados e foi governador de Mato Grosso, afirmou que tais ações afetam gravemente a imagem do país no exterior. “O Brasil está sendo visto como uma republiqueta, com a democracia fragilizada. Isso não pode acontecer.”