A Justiça de Mato Grosso confirmou para 2 de dezembro de 2025, às 9h, o julgamento da bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, acusada de atropelar e matar dois jovens e ferir uma terceira pessoa nas proximidades da Valley Pub, em Cuiabá, em dezembro de 2018. A decisão foi definida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, que analisou pedidos das partes e estabeleceu como será conduzido o Tribunal do Júri.
A magistrada autorizou a oitiva de todas as cinco testemunhas listadas pelo Ministério Público, incluindo Hya Girotto Santos, única sobrevivente do atropelamento. Também serão ouvidas a testemunha Samantha Vianna de Arruda, indicada pelos assistentes de acusação, e o pai da ré, Manoel Randolfo da Costa Ribeiro, solicitado pela defesa.
O julgamento contará ainda com a participação do perito criminal Henrique Praeiro Carvalho, responsável por um dos laudos que analisaram a dinâmica do caso. Ele deve prestar esclarecimentos técnicos diretamente ao conselho de sentença. Já o assistente técnico da defesa, Alberi Espíndula, participará por videoconferência para contestar conclusões periciais.
A juíza determinou que laudos e exames necroscópicos em versão colorida sejam incluídos nos autos, além da disponibilização de objetos apreendidos para exibição em plenário. Todos os documentos estarão acessíveis digitalmente. Mônica Catarina Perri Siqueira negou o pedido do Ministério Público para suspender a sessão após a formação dos jurados, entendendo que a medida prejudicaria a celeridade do julgamento.
Tramitação do processo:
O caso passou por diversas reviravoltas desde 2018. Em dezembro de 2022, a bióloga chegou a ser absolvida pelo então juiz Wladymir Perri, com base em laudos que apontavam que as vítimas teriam assumido risco ao permanecer na pista da Avenida Isaac Póvoas. O Ministério Público recorreu, e, em 2024, a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso anulou a decisão, determinando o júri popular.
Em junho de 2025, o ministro Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça, negou o recurso especial da defesa e manteve a decisão que levou o caso de volta à Vara do Júri.
O atropelamento ocorreu na madrugada de 23 de dezembro de 2018. Rafaela dirigia pela faixa da esquerda quando atingiu três jovens que estavam na via. Dois deles morreram. O registro policial apontou sinais de embriaguez, embora a motorista tenha se recusado a fazer o teste do bafômetro. A polícia elaborou um auto de constatação indicando ingestão de álcool. Ela foi presa em flagrante e liberada após pagar fiança de 9,5 mil reais.
