
Um assalto cinematográfico abalou o bairro Recanto dos Pássaros, em Cuiabá, entre a noite deste domingo (29) e a madrugada de segunda-feira (30). Cinco criminosos invadiram uma residência vizinha a uma agência do Sicoob, renderam uma família e tentaram acessar o cofre do banco por meio de um buraco feito na parede. A ação terminou com um dos suspeitos, Kennedy Tarcizio dos Reis, de 40 anos, morto em confronto com a polícia. Os demais fugiram sem levar nada.
Segundo relatos das vítimas, tudo começou por volta das 22h, quando uma mulher de 48 anos, que estava sozinha em casa, foi surpreendida por um dos assaltantes. O filho dela chegou horas depois do trabalho e foi abordado ainda no carro, sob a mira de armas.
“Eles mandaram eu descer e disseram para eu não reagir. Ameaçaram atirar em mim e na minha mãe. Eu só pensava em manter a calma”, contou o jovem. Já rendidos, mãe e filho foram mantidos em cárcere privado, enquanto os assaltantes usavam a casa como base para invadir a agência bancária pela parede dos fundos.
“Era para não atrapalhar o crime”
Durante o tempo em que permaneceram sob o controle dos criminosos, as vítimas disseram que um dos assaltantes tentava tranquilizá-los. “Ele falava o tempo todo que ia ficar tudo bem, que era para a gente não fazer nada”, lembra o jovem. Um dos bandidos usava o celular durante toda a operação, recebendo orientações de um possível mentor remoto.
Após conseguirem abrir um buraco e acessar a parte interna da agência, os criminosos perceberam que não havia dinheiro disponível. “Eles falavam que a gaveta estava vazia. Estavam visivelmente frustrados”, contou o rapaz. O alarme do banco foi acionado e o grupo entrou em fuga.
Confronto e morte
Kennedy, no entanto, permaneceu na casa com os reféns até a chegada da polícia. Segundo a vítima, ele se escondeu em um dos quartos e tentou reagir à abordagem dos policiais, sendo alvejado. Foram encontrados três disparos de calibre .38 na parede da casa, segundo a perícia.
Toda a cena foi isolada para os trabalhos da Polícia Civil e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). O restante do grupo ainda está foragido.
“Parecia um filme”
Ainda abalado, o jovem refém relatou o trauma vivido: “Nunca imaginei passar por isso. Parecia coisa de filme. É difícil acreditar que tudo isso aconteceu dentro da minha casa”. A família passa bem, mas está sob acompanhamento psicológico.
A Polícia Civil segue investigando o caso e busca identificar os outros envolvidos na tentativa de assalto.
Foto- Gazeta Digital