Redação 
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Condenado a quase 37 anos homem que matou companheira com 16 facadas em Cuiabá
Juniel de Pinho Silva foi condenado nesta terça-feira (15) pelo Tribunal do Júri de Cuiabá a 36 anos e 10 meses de prisão pelo feminicídio de sua companheira, Josiane Ferreira da Silva. O crime, cometido com extrema brutalidade, envolveu 16 golpes de faca e foi classificado como feminicídio com agravantes. A pena deverá ser cumprida em regime fechado, sem possibilidade de recurso em liberdade.
A condenação teve como base a Lei nº 14.994/2024, o chamado “Pacote Antifeminicídio”, que passou a tratar o feminicídio como crime autônomo, com penas mais severas, entre 20 e 40 anos. O Conselho de Sentença reconheceu múltiplos agravantes: motivo de gênero, violência doméstica, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
O crime aconteceu em 26 de outubro de 2024, no bairro Santa Izabel, em Cuiabá. Segundo o Ministério Público, o feminicídio foi motivado por ciúme excessivo. Josiane, de 26 anos, havia acabado de chegar do trabalho quando o companheiro iniciou uma discussão que rapidamente evoluiu para agressões físicas. A jovem chegou a tentar fugir e buscou abrigo em casas de vizinhos, mas Juniel a perseguiu e a matou com violência. Após o crime, ele ainda furtou o cartão de crédito da vítima.
A promotoria foi representada em plenário pelo promotor Rodrigo Ribeiro Domingues. A prisão preventiva do réu foi mantida.
Josiane deixou dois filhos, de seis e oito anos, que agora vivem sob a guarda da avó materna. Segundo a sentença, o impacto do crime foi devastador: “Foram privados do cuidado, do afeto e da proteção materna de forma abrupta e violenta. A tragédia deixou marcas psicológicas profundas.”
Desde junho, a família está sendo acompanhada pela equipe multiprofissional do Espaço Caliandra, coordenado pela promotora Claire Vogel Dutra. O apoio inclui escuta especializada e acesso a benefícios assistenciais.
Josiane também foi uma das mulheres homenageadas pelo projeto “Em Memória Delas”, do Observatório Caliandra. Em sua lembrança, mudas de ipê foram plantadas como símbolo de resistência e homenagem às vítimas de feminicídio em Mato Grosso.
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