
A pergunta que fica: o Brasil trata da mesma forma os doentes comuns e os doentes poderosos?
Mesmo condenado a quase nove anos de prisão por corrupção na Lava Jato, o ex-presidente Fernando Collor de Mello deixará a cela especial em Alagoas para cumprir pena no conforto do lar. A decisão foi assinada nesta quarta-feira (1º) pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que concedeu prisão domiciliar humanitária ao político, citando problemas de saúde como Parkinson, transtorno bipolar e mais de uma centena de exames médicos.
Collor, que tem 75 anos, foi condenado em 2023 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquema bilionário na BR Distribuidora. Desde então, vinha recorrendo da sentença — todos negados. Com o trânsito em julgado confirmado na semana passada, finalmente começou a cumprir pena… por poucos dias.
Agora, permanecerá em casa com tornozeleira eletrônica, visitas restritas a advogados e proibição de deixar o país. A defesa ainda tentou emplacar um pedido de prescrição da pena, mas Moraes rejeitou a manobra, dizendo que o STF já havia derrubado a tese anteriormente.
Mesmo assim, o ministro considerou os laudos médicos suficientes para autorizar a substituição da prisão em regime fechado por um regime domiciliar. Em sua decisão, Moraes argumenta que os direitos humanos devem ser aplicados “de maneira prática e eficiente”.
A pergunta que fica: o Brasil trata da mesma forma os doentes comuns e os doentes poderosos?
