
Sem fazer shows desde novembro de 2024, o cantor e compositor Ed Motta atribuiu seu afastamento dos palcos a um ambiente que, segundo ele, restringe a liberdade de expressão e penaliza artistas que se posicionam publicamente. A declaração foi feita durante entrevista à rádio CBN nesta semana.
“Eu tô sem fazer um show desde novembro do ano passado, isso não é normal”, desabafou o artista, visivelmente incomodado com a situação que, para ele, não se trata de uma pausa voluntária, mas sim de um boicote.
Motta acredita que está sendo alvo de uma “censura indireta” após se envolver em polêmicas recentes, como o episódio ocorrido no festival Rock the Mountain. Na ocasião, ele foi amplamente criticado por dispensar um roadie em público, após um erro técnico durante sua apresentação. Desde então, segundo relata, não foi mais contratado para apresentações ao vivo.
Clima de silêncio e autocensura
O cantor, conhecido pelo repertório sofisticado e suas opiniões fortes, manifestou preocupação com o que chama de “ambiente de silêncio” no meio artístico brasileiro. Para ele, há uma tendência de evitar o confronto para não sofrer retaliações.
“Há muitos artistas que preferem não se posicionar, com medo de perder espaço. O que estamos vivendo é um tipo de censura que não é dita, mas que se faz sentir nos bastidores”, afirmou.
A fala de Ed Motta reacende o debate sobre os limites entre liberdade artística, repercussão pública e os impactos da cultura do cancelamento.