
A deputada federal Gisela Simona (União Brasil) celebrou, neste 7 de julho, dois anos de mandato na Câmara dos Deputados, marcando um percurso político pautado pelo enfrentamento à violência de gênero, pela proteção ao consumidor e por ações voltadas à promoção da equidade racial e social. Mulher negra e oriunda da defesa do consumidor, Gisela assumiu a vaga deixada por Fábio Garcia em 2023, quando o então deputado foi nomeado secretário-chefe da Casa Civil no governo Mauro Mendes.
Embora possa parecer um tempo curto, o biênio tem sido, segundo ela, intenso e transformador. “Para quem vive cada dia dele sabe o quanto cabe nesse tempo. Quantas lutas, quantas decisões difíceis, quantos momentos em que o certo não era o mais fácil, mas foi necessário”, declarou Gisela.
Durante o período, a parlamentar apresentou 301 propostas legislativas, sendo dez de sua autoria, 14 relatorias aprovadas, e duas convertidas em normas. Um dos maiores marcos foi sua relatoria do Pacote Antifeminicídio, que resultou na Lei nº 14.994/2023, tornando o feminicídio um crime autônomo no Código Penal com pena de até 40 anos — o teto da legislação penal brasileira. A norma também trata com seriedade os atos anteriores ao assassinato, como ameaça e lesão corporal, usualmente invisibilizados no sistema de justiça.
Gisela também defendeu a acessibilidade dos canais de denúncia, como o Disque 180, para mulheres com deficiência auditiva e visual, e foi responsável pela aprovação da proposta que garante, diariamente, um minuto na Voz do Brasil para lembrar que “nenhuma mulher está sozinha”. “Pode parecer pouco, mas um minuto pode salvar vidas”, afirma.
Entre outras proposições já sancionadas está o PL 2947/2024, que inclui a Política Nacional de Cuidados entre os programas beneficiados pelo Fundo Social, garantindo suporte institucional a quem cuida de idosos, pessoas com deficiência e crianças. Também defendeu horários mais amplos para creches públicas, contemplando mães que trabalham à noite — um olhar sensível nem sempre presente nas decisões políticas.
Na área da defesa do consumidor, Gisela manteve a atuação firme que marcou sua trajetória como diretora do Procon: propôs que créditos consignados não autorizados sejam considerados “amostra grátis” e pediu, na CPMI das Fraudes do INSS, ressarcimento dobrado aos aposentados e pensionistas lesados por descontos indevidos. Além disso, relatou projeto que proíbe o protesto de contas de energia abaixo de um salário mínimo e propôs a proibição da cobrança antecipada de matrícula por instituições privadas de ensino.
Sua atuação também mira a saúde pública: propôs criminalizar a comercialização e propaganda dos vapes, dispositivos eletrônicos para fumar, especialmente populares entre adolescentes. “Nossos jovens não são mercadoria”, enfatizou.
Outro momento de destaque foi sua participação na criação da Bancada Negra da Câmara, em 2023, da qual é uma das vozes mais combativas. Atualmente, é relatora do projeto que propõe a criação do Fundo Nacional de Reparação Econômica e Promoção da Igualdade Racial. “Igualdade não é favor — é justiça atrasada”, resume.
Desde abril, Gisela ocupa a liderança da bancada feminina do União Brasil, representando 11 deputadas nas articulações com a Secretaria da Mulher da Câmara, a Procuradoria e o Observatório da Mulher. Com isso, assumiu papel de destaque na formulação e defesa de pautas que impactam diretamente a vida das brasileiras.
Em seu balanço, Gisela reforça que seu mandato nasce do chão de fábrica da política: “Nada disso seria possível sem as conversas nas ruas, os encontros nos gabinetes ou as mensagens que chegam pelas redes. A política muda quando ela tem nome, rosto, cor e verdade.”
A parlamentar conclui sua carta de celebração reafirmando seu compromisso com o interesse público e com as vozes antes silenciadas: “Sigo com fé e coragem, fazendo mais, do jeito certo.”