
O felino permaneceu imóvel até a aproximação de Jorginho, como era conhecido.
O criador de conteúdo digital José dos Anjos (jodanjos2244) fez uma reconstituição didática de como teria acontecido o ataque que levou à morte o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, em um pesqueiro da região. As informações se baseiam no relato de um sobrinho da vítima e em investigações preliminares da Polícia Militar Ambiental (PMA).
Segundo o sobrinho, imagens mostram que a onça-pintada estava escondida atrás da vegetação, aguardando o momento oportuno para atacar. O felino permaneceu imóvel até a aproximação de Jorginho, como era conhecido.
De acordo com o relato, Jorge ainda tentou fugir ao perceber a aproximação do animal. “Ela deu a volta e cercou ele. Ele tentou voltar para casa, mas viu que não ia dar tempo, então correu em direção ao barco, onde acabou sendo alcançado”, contou o familiar.
O sobrinho também relatou que a onça vinha sendo observada rondando o pesqueiro dias antes do ataque. A previsibilidade da rotina do caseiro pode ter contribuído para a fatalidade. “Ela acompanhava os passos dele e sabia que, por volta das 5h30, ele acordava, fazia café e, perto das 6h, ia até os barcos”, explicou.
O corpo de Jorge Ávalo foi encontrado apenas no dia seguinte, após buscas intensas da PMA. Rastros e marcas de sangue indicaram o caminho tomado pela onça. Os restos mortais estavam a mais de 50 metros do local do ataque. Segundo a polícia, o felino ainda tentava arrastar a vítima quando foi afugentado por disparos de advertência.
Captura do animal
Na madrugada de quinta-feira (24/4), equipes da Polícia Militar Ambiental capturaram um exemplar de onça-pintada que pode ter sido o responsável pela morte de Jorge. O animal, um macho adulto pesando cerca de 94 quilos, foi encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande. O local do ataque foi isolado e o acesso, restrito.
Inicialmente, a suspeita era de que o ataque tivesse sido realizado por uma fêmea, mas a captura do macho surpreendeu as autoridades. A polícia e os pesquisadores ainda apuram se o felino capturado é, de fato, o mesmo envolvido no ataque fatal.