
Um documento obtido com exclusividade pelo portal LeoDias revela que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, e o vice-presidente Ricardo Lima foram alvo de uma denúncia formal enviada ao Comitê de Ética da entidade. A petição se baseia no artigo 27 do Código de Ética da CBF e acusa os dirigentes de suposta gestão temerária, além de possíveis infrações éticas e administrativas.
A denúncia parte de elementos já expostos pela imprensa, especialmente por reportagens publicadas pelo próprio portal LeoDias. Agora, esses conteúdos ganham um encaminhamento institucional com a formalização do pedido de investigação. O autor da petição anexou uma série de documentos internos da CBF e matérias jornalísticas como base para sustentar que há sinais claros de condutas que ferem os princípios da governança esportiva.
Embora o foco principal seja a alegação de gestão temerária, a petição também cita a possibilidade de corrupção privada. Segundo o documento, Ednaldo Rodrigues teria usado sua posição na presidência para beneficiar interesses pessoais e de aliados, em detrimento dos objetivos institucionais da CBF. O trecho não traz novas revelações, mas remete a práticas anteriormente denunciadas publicamente.
A peça conclui que a combinação de condutas como uso abusivo de recursos, quebra de sigilo, favorecimento indevido e ausência de transparência pode configurar não apenas uma violação ética, mas também infrações à Lei Geral do Esporte e aos regulamentos internos da entidade.
Comitê de Ética pode abrir investigação interna
Com autonomia garantida pelo estatuto da CBF, o Comitê de Ética poderá decidir pela abertura ou não de um processo investigativo. Se a denúncia for acolhida, será instaurado um procedimento interno que pode culminar em sanções que vão de advertência a multa, passando por suspensão e até destituição do cargo, dependendo da gravidade das infrações identificadas.
De acordo com o artigo 27 do Código de Ética, dirigentes da CBF podem ser responsabilizados por atos ou omissões que causem prejuízos à entidade, mesmo sem necessidade de condenação judicial. A representação busca, portanto, que as acusações sejam apuradas à luz das regras internas e do ordenamento esportivo.
Clima político turbulento na CBF
A formalização da denúncia ocorre em um momento delicado nos bastidores da CBF. Apesar de Ednaldo Rodrigues ter sido reeleito com apoio unânime das 27 federações estaduais — que concentram grande parte do poder decisório da entidade — sua gestão enfrenta críticas relacionadas à centralização de decisões e à condução de processos eleitorais nas federações locais.
A possível aceitação da denúncia pelo Comitê de Ética pode acirrar ainda mais as tensões políticas dentro da confederação. Uma investigação formal, com potencial de expor práticas internas controversas, colocaria em xeque a estabilidade da atual presidência e poderia reconfigurar o cenário de poder no comando do futebol brasileiro.