
“A Câmara precisa cuidar da cidade, não da Assembleia”, dispara deputado
Durante a sessão plenária desta quarta-feira (2), o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Max Russi (PSB), reagiu com firmeza à moção de repúdio aprovada por 13 vereadores de Cuiabá contra deputados estaduais que votaram a favor da manutenção dos “mercadinhos” nos presídios do Estado.
Para Russi, a movimentação é puramente eleitoral e serve mais para promover pré-candidaturas do que para defender interesses reais da população cuiabana.
“É claramente um movimento político. Muitos desses vereadores vão tentar vaga na Assembleia em 2026. O próprio autor da moção (Dilemário Alencar) já tentou ser deputado e usa esse tipo de pauta como vitrine”, afirmou.
“A Câmara precisa cuidar da cidade, não da Assembleia”, dispara deputado
Russi também criticou a ingerência do Legislativo municipal sobre decisões que cabem exclusivamente à ALMT.
“Já pensou se a gente começasse a discutir os absurdos da Câmara aqui dentro da Assembleia? Cada Casa tem suas atribuições. A Câmara deveria se preocupar com os buracos, a limpeza da cidade e com o Hospital Infantil que ainda não saiu do papel”, pontuou.
Deputado esclarece que liberação é para itens básicos, não luxo
O deputado destacou que a votação derrubou um veto e garantiu autorização para a venda controlada de itens essenciais nos presídios, como sabonete, pasta de dente e absorventes — e não qualquer tipo de mercadoria.
“Tem gente que acha que uma mulher presa deve ficar sem absorvente. Isso é desumano. Ninguém está falando em liberar refrigerante ou chocolate, e sim produtos de higiene básica”, disse.
Discurso moralista: “Não dá pra tratar todo preso como monstro”
Max também lembrou que o sistema prisional é composto por realidades diversas, com presos por crimes graves, mas também por casos menores e até injustiças.
“Tem quem defenda golpe, tem criminoso cruel, mas também tem gente ali que foi presa injustamente. Não dá pra generalizar e negar dignidade ao mínimo necessário”, ressaltou.
O parlamentar informou que a ALMT criou uma comissão para acompanhar de perto a lista de produtos permitidos dentro das unidades prisionais.
“Vamos cobrar rigor. Não pode entrar produto supérfluo. O governo precisa fornecer o básico, e o que for vendido tem que estar dentro desse padrão. Não vamos permitir que facções usem isso como brecha para comandar presídios”, garantiu.