
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou nesta terça-feira (3) que a recomendação para que médicos das unidades de saúde da capital evitem conceder atestados em casos classificados como verde resultou em uma queda de até 30% na procura por atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A orientação começou a valer na segunda-feira (2) e, segundo ele, os efeitos foram percebidos já no dia seguinte.
Durante entrevista à imprensa, Abilio exibiu imagens de unidades como a UPA do Leblon e do Morada do Ouro com salas de espera vazias, situação que ele atribuiu à nova diretriz. “O nosso enfrentamento a essa cultura do atestado curou muita gente. Mais de 30% dos atendimentos hoje foram curados milagrosamente com a suspensão do atestado. Agora, a decisão de dar ou não o atestado é do médico, que tem total liberdade”, declarou.
O prefeito afirmou que acompanha os números em tempo real por meio do sistema gestor da saúde municipal, que inclui câmeras instaladas nas unidades e relatórios sobre a classificação de risco dos pacientes. Apesar da recomendação, ele frisou que a decisão final sobre a concessão do atestado continua sendo técnica e de competência dos profissionais da saúde.
“Se o médico avaliar que o paciente precisa de um atestado para se recuperar, ele pode dar. O que a gente está enfrentando é o uso indevido desse recurso, principalmente nas segundas e terças-feiras. A pessoa chega, diz que está com mal-estar, não apresenta sintoma nenhum e sai com atestado. Isso prejudica quem realmente precisa de atendimento”, argumentou.
Abilio também provocou os empresários, recomendando atenção aos atestados de comparecimento apresentados pelos funcionários. “Recomendo aos patrões: se seu funcionário apresentar um atestado só de comparecimento, sem sintoma nenhum, repense. Tem gente que toda segunda-feira está mal”, ironizou.
Além da medida, a Prefeitura informou que está reforçando as equipes médicas nos dias de maior movimento para agilizar a triagem e reduzir o tempo de espera, principalmente nos casos de menor risco. A meta da gestão, segundo o prefeito, é “curar” até 40% das pessoas que procuram as UPAs apenas em busca de um atestado.