
O delegado Jean Paulo Nascimento, da Polícia Judiciária Civil de Nova Mutum (MT), descartou a possibilidade de que o disparo que matou Roseni da Silva Karnoski, de 52 anos, tenha sido acidental. A vítima foi atingida por um tiro de espingarda calibre 12, na noite de terça-feira (24), na casa do casal, localizada na comunidade rural de Ranchão. Ela chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Municipal, mas não resistiu.
Segundo o delegado, a investigação já aponta para feminicídio. “A versão do suspeito foi alterada várias vezes. Primeiro disse que ela se atirou, depois que estava manuseando a arma e ela disparou sozinha. Além disso, ele estava embriagado e testemunhas afirmaram que ele se torna muito agressivo quando bebe”, relatou Nascimento.
As provas técnicas e o relato de testemunhas afastaram completamente a hipótese de tiro acidental. De acordo com o laudo preliminar da perícia, Roseni foi atingida no peito e os projéteis se alojaram no abdômen, o que indica que ela estava deitada no momento do disparo. Ferimentos nas mãos também sugerem que ela tentou se defender.
Roseni e Valdecir estavam juntos há cerca de 40 anos. Em 2021, ele já havia tentado matar a esposa, o que resultou na suspensão do seu registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). Para continuar tendo acesso a armas, obrigou a esposa a registrar os armamentos em seu nome. Todas as armas encontradas na residência, incluindo a espingarda usada no crime, estavam registradas em nome de Roseni.
“Ele sempre teve armas, entende do assunto e é experiente no manuseio. Dificilmente se trataria de um disparo não intencional”, afirmou o delegado.
Valdecir Karnoski foi autuado em flagrante por feminicídio e, após prestar depoimento, será encaminhado para audiência de custódia.