
Um caso estarrecedor ocorrido em Itaperuna (RJ) continua ganhando contornos ainda mais sombrios. Segundo revelou o delegado Carlos Augusto Guimarães em entrevista ao jornalista Beto Ribeiro, o adolescente de 15 anos apreendido pelo assassinato dos próprios pais e do irmão caçula teria cogitado, junto com a namorada, o consumo dos corpos das vítimas como forma de ocultar os homicídios.
“Não sei se iriam fazer isso realmente. Mas tem conversas ali que falam sobre comer corpos, mas isso não foi levado adiante”, afirmou o delegado.
O crime aconteceu no dia 21 de junho, enquanto as vítimas — Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos, sua esposa Inaila Teixeira, de 37, e o filho caçula, de apenas 3 anos — dormiam. Todos foram mortos com tiros na cabeça, disparados com um revólver calibre 38 registrado em nome do pai, que era CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).
Segundo as investigações, o motivo do crime seria a proibição dos pais ao namoro virtual do filho com uma adolescente de 14 anos moradora de Água Boa (MT). O casal de adolescentes se conheceu ainda na infância, jogando Fortnite, e mantinha um relacionamento virtual que, nos últimos meses, evoluiu para planos de encontro presencial.
Para a Polícia Civil, as mensagens trocadas entre os dois indicam um nível alarmante de envolvimento e planejamento. “Ela instigava, incentivava, dizia que queria um homem de verdade, que ele tinha que provar isso”, revelou o delegado Carlos Augusto. Ainda de acordo com ele, há indícios de que a jovem pretendia matar a própria mãe e que, após os crimes no Rio, o casal viajaria a Mato Grosso para executar esse segundo plano.
O adolescente, que chegou a mentir para familiares dizendo que os pais haviam saído com o irmão para o hospital, escondeu os corpos na cisterna da casa. Ele confessou os crimes ao ser confrontado pela polícia após o início das investigações. O cheiro de decomposição denunciou o crime.
Na ocasião do depoimento da adolescente à polícia em Água Boa, ela teria comparecido à delegacia segurando um urso de pelúcia, o que chamou a atenção dos investigadores. Para o delegado, esse gesto pode ter sido um artifício emocional: “É uma técnica para causar empatia, para parecer frágil, infantil. Mas o conteúdo das mensagens dela é perverso”, afirmou.
A Justiça do Rio de Janeiro já decretou a internação do casal. O caso, um dos mais chocantes dos últimos anos, reacende o debate sobre a influência da internet, o acesso a armas de fogo dentro de casa e o acompanhamento psicológico de jovens em idade escolar.
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