
O deputado federal Coronel Assis (PL-MT) protestou nesta terça-feira (10) contra a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) para que o Brasil encerre o modelo de escolas cívico-militares. Em discurso inflamado na Câmara, o parlamentar criticou o que chamou de “ingerência externa” e responsabilizou diretamente o PSOL pela proposta que, segundo ele, representa um “desserviço ao povo brasileiro”.
“Sr. Presidente, pelo amor de Deus, onde é que nós estamos vivendo?”, questionou Assis em tom indignado. Para o deputado, a recomendação da ONU — feita por meio do Comitê de Direitos da Criança — desconsidera a realidade brasileira e ignora os resultados positivos das escolas cívico-militares. Ele desafiou: “Tenho plena convicção de que essas escolas estão entre as melhores do país nas avaliações educacionais”.
A manifestação da ONU se baseia em documento enviado por três parlamentares do PSOL: a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi. O texto critica o programa implementado em São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pede o fim da militarização nas escolas públicas.
Assis, que é militar da reserva, rejeitou qualquer tentativa de influência internacional sobre o modelo educacional brasileiro. “Aí me vem um organismo lá de fora dizer o que é bom e o que é ruim para o nosso País?”, disparou. E completou: “Não aceitarei esse tipo de imposição. O PSOL presta um verdadeiro desserviço ao Brasil”.
A discussão reacende o debate sobre a presença das Forças Armadas e de militares da reserva no ambiente escolar, tema que divide opiniões entre partidos de esquerda e direita.