
Uma carta enviada ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por deputados republicanos está gerando polêmica e intensificando as tensões entre Brasil e EUA. Os congressistas Maria Elvira Salazar e Rich McCormick pressionam o governo americano a ampliar as sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, incluindo também outros “cúmplices” do magistrado em supostas violações democráticas e de direitos humanos no Brasil.
A correspondência sugere que o Departamento de Estado dos EUA adote medidas drásticas contra Moraes e outras figuras do governo brasileiro que tenham apoiado decisões controversas. Os parlamentares baseiam seu pedido na Lei Magnitsky, legislação criada na administração de Barack Obama que permite aos EUA impor sanções a indivíduos acusados de violações de direitos humanos. Entre as penalidades previstas estão a proibição de entrada nos Estados Unidos e o bloqueio de transações financeiras com empresas e cidadãos americanos.
A pressão sobre o governo americano para aplicar essas sanções aumentou após Elon Musk, bilionário dono da plataforma X e atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, sugerir publicamente o uso da Lei Magnitsky contra Moraes. A declaração de Musk se deu em meio a um crescente embate entre o magistrado brasileiro e a liberdade de expressão na internet, após decisões judiciais que impuseram restrições a perfis e conteúdos considerados disseminadores de desinformação.
Outro ponto destacado na carta é a situação do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. A justiça brasileira solicitou a apreensão de seu passaporte, pedido negado pelo STF, e o parlamentar decidiu permanecer em solo americano, alegando temer retaliações. Para os republicanos, esse episódio é mais um indício da “ameaça crescente” que Moraes representa para a democracia brasileira e os interesses dos EUA.
O pedido de sanções amplia as discussões sobre as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Brasil, especialmente diante da crescente influência do STF e da repercussão internacional das decisões de Alexandre de Moraes. O desfecho dessa movimentação política ainda é incerto, mas pode impactar significativamente a política externa brasileira e a cooperação entre os dois países.