
Foto – Marcos Lopes
A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a situação dos consignados dos servidores públicos estaduais de Mato Grosso enfrenta um impasse político na Assembleia Legislativa. A informação foi confirmada pelo presidente da Casa, deputado Max Russi (PSB), em entrevista concedida à imprensa.
A disputa gira em torno da autoria do requerimento da CPI, já que, conforme o regimento interno, o parlamentar responsável pela proposição tem direito de presidir a comissão. Os deputados Henrique Lopes (PT) e Gilberto Cattani (PL) protagonizam a disputa. Ambos correram na última quarta-feira (11) para recolher assinaturas, mas cada um obteve apenas quatro apoios — número insuficiente, já que são necessárias pelo menos oito assinaturas para viabilizar a instalação da CPI.
“Os dois blocos querem a CPI, mas, divididos, não conseguem instalá-la. Cada um tem quatro assinaturas e, se permanecer dividido, a chance de CPI é zero. Da forma como está, particularmente, não vejo como avançar”, avaliou Max Russi.
Segundo o presidente da Assembleia, a dificuldade não está exatamente na falta de diálogo, mas sim na disputa pelo comando da futura comissão. “O que se discute, na verdade, é isso: quem for o proponente será o presidente da CPI. Talvez o PL queira presidir, e o PT também, então isso pode dificultar”, acrescentou.
A CPI dos Consignados pretende investigar a gestão e possíveis irregularidades na contratação e nos descontos em folha de empréstimos consignados dos servidores estaduais, tema que tem mobilizado categorias e sindicatos nos últimos meses. Enquanto isso, sem acordo político, o avanço da proposta permanece travado.