O Governo de Mato Grosso intensificou as investigações sobre possíveis irregularidades em contratos de crédito consignado firmados por servidores estaduais com a empresa Capital Consig. O governador Mauro Mendes declarou que, se houver comprovação de fraudes nos descontos aplicados diretamente nos salários dos servidores, as empresas envolvidas serão punidas de forma exemplar.
“Estamos muito tranquilos. Determinei uma auditoria rigorosa e, doa a quem doer, se encontrarmos qualquer erro ou abuso, as medidas cabíveis serão tomadas contra essas empresas”, afirmou o governador durante entrevista à imprensa.
A crise envolvendo os consignados ganhou novo fôlego na terça-feira (20), quando Mauro Mendes determinou a criação de uma força-tarefa para apurar os contratos. A equipe de apuração conta com representantes da Controladoria Geral do Estado (CGE), Procon, Ministério Público e Assembleia Legislativa.
“A ideia é proteger os servidores e garantir que, se houve prejuízo, haja ressarcimento”, pontuou o governador.
👉 Entenda o caso
As primeiras suspeitas vieram à tona em setembro de 2024, quando o Sindicato dos Profissionais da Área Meio do Governo (Sinpaig) denunciou possíveis irregularidades nos contratos da Capital Consig. O alerta motivou a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) a abrir uma investigação preliminar.
Foram ouvidos representantes da empresa, do sindicato e servidores lesados. A Seplag suspendeu as operações da Capital Consig e bloqueou novos contratos enquanto o caso era analisado.
Em dezembro de 2024, um relatório com as conclusões iniciais foi encaminhado à CGE, que assumiu a apuração com mais profundidade. Em fevereiro de 2025, a Controladoria divulgou o Relatório de Auditoria nº 07/2025, que identificou irregularidades em 39 operações de crédito consignado, como divergência entre o valor contratado e o efetivamente depositado nas contas dos servidores e pensionistas.
Uma nova fase de auditoria foi aberta, com a convocação de 266 servidores para apresentar documentos dos contratos firmados com a Capital Consig. Apenas 19 responderam, e, desses, foi localizada uma nova inconsistência — que já foi regularizada pela empresa.
Paralelamente à investigação, o Governo do Estado já iniciou o processo de substituição da empresa responsável pela gestão dos consignados. A nova contratada deverá oferecer maior transparência, ferramentas de controle mais modernas e acesso facilitado para que os próprios servidores possam fiscalizar suas operações financeiras.
