Pelo Brasil

Drone flagra fuga de 400 traficantes armados durante operação na Rocinha; veja vídeo

Criminosos do Comando Vermelho cearense se escondiam na comunidade e comandavam execuções e tráfico no Nordeste, segundo investigações

Redação 5 de junho de 2025

Imagens impressionantes captadas por um drone com tecnologia de filmagem noturna registraram a fuga de cerca de 400 traficantes armados com fuzis pela mata da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) realizada no último sábado (31).

A ação, que mobilizou aproximadamente 80 agentes do Comando de Operações Especiais, foi articulada a partir de uma força-tarefa entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Polícia Militar fluminense. O objetivo era cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Ceará, no combate à expansão do Comando Vermelho cearense.

De acordo com promotores e policiais envolvidos, os criminosos comandavam atividades criminosas no Nordeste enquanto se escondiam na comunidade carioca. Durante a operação, duas mansões e dois prédios foram descobertos na Rocinha, funcionando como base de apoio e alojamento para pelo menos 110 integrantes da facção vindos do Ceará.

Segundo o procurador-geral de Justiça do MPRJ, Antonio José Campos Moreira, há indícios de que mais de mil homicídios tenham sido ordenados do Rio para o Ceará ao longo dos últimos dois anos. As investigações apontam ainda que os traficantes mantinham ao menos 70 fuzis no local, além de controlar operações de tráfico de drogas e execuções à distância.

O plano também incluiu o sequestro de bens dos investigados, estratégia adotada para enfraquecer financeiramente o braço do Comando Vermelho no Nordeste.

Durante a operação, o policial Marcos Davi Lima José foi baleado no pescoço e socorrido ao Hospital Municipal Miguel Couto, onde passou por cirurgia. Segundo a Polícia Militar, o agente já recebeu alta e se recupera bem.

A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO/MPCE), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), da Coordenadoria de Inteligência da Investigação (CI2/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).