
O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, afirmou nesta terça-feira (22) que o rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido como Oruam, tem ligação direta com a facção criminosa Comando Vermelho. Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, Curi declarou que o artista será indiciado por associação para o tráfico de drogas.
A acusação veio após uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que foi recebida com hostilidade na residência de Oruam, no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio. Durante a ação, pedras foram lançadas contra os agentes e o delegado Moyses Santana, titular da DRE, foi xingado por pessoas no local.
— Se havia alguma dúvida de que o Oruam seria um artista periférico ou um marginal da pior espécie, hoje temos certeza de que se trata de um criminoso ligado ao Comando Vermelho — afirmou Curi, ao citar que o pai do rapper, Márcio Santos Nepomuceno, o “Marcinho VP”, é um dos chefes da facção e comanda ações mesmo preso em presídio federal.
Segundo o secretário, uma das evidências da associação do artista ao tráfico seria um vídeo publicado por Oruam em que aparece no Complexo da Penha desafiando a polícia a prendê-lo. Curi também destacou tatuagens do rapper com imagens de Marcinho VP e de Elias Maluco, criminoso envolvido na morte do jornalista Tim Lopes, em 2002.
Menor procurado e reação violenta
A operação da DRE foi motivada por informações da Inteligência da delegacia, que identificou a presença de um menor foragido, conhecido como “Menor Piu”, na casa de Oruam. Segundo a polícia, ele é segurança de um dos chefes do CV, Edgar Alves Andrade, o “Doca”, e tem um extenso histórico de roubos de veículos.
De acordo com Curi, no momento da abordagem, Oruam e outras pessoas atiraram pedras contra os policiais e danificaram a viatura. Um agente foi ferido. Outro homem presente, Pablo Ricardo de Paula Silva de Moraes, foi preso em flagrante. Há imagens dele nas redes sociais posando com fuzis nas comunidades do Alemão e da Penha.
Antecedentes
Oruam já havia sido preso em outras ocasiões neste ano. Em fevereiro, foi autuado em flagrante por abrigar em sua residência o traficante Yuri Pereira Gonçalves, foragido da Justiça. Na ocasião, a polícia encontrou uma pistola 9mm com kit-rajada e munições.
Na semana anterior, o rapper foi detido após realizar manobras perigosas com o carro na orla da Barra da Tijuca, ao parar na contramão em frente a uma viatura da PM. Ele foi liberado após pagar uma fiança de R$ 60 mil.
A defesa de Oruam ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações.