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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou que não pretende retornar ao Brasil e que abrirá mão do mandato parlamentar. Em entrevista à Coluna do Estadão nesta segunda-feira (14), o parlamentar alegou temer ser preso pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”, declarou. Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro e, segundo ele, vem atuando politicamente junto a lideranças conservadoras.
O deputado argumentou que o ambiente político e judicial no Brasil inviabiliza seu retorno. “Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil”, afirmou.
Ele também disse que não vê mais necessidade de manter o cargo para ter acesso a espaços políticos e relações institucionais. “Não preciso mais de um diploma de deputado federal para abrir portas e os acessos que tenho aqui”, completou.
Eduardo reforçou o receio de ser preso caso volte ao país, citando supostas articulações entre integrantes do PT e o STF, semelhantes à tentativa de apreensão de seu passaporte ocorrida meses atrás. “Eu não vou, sem ter cometido crime nenhum, forçar minha esposa e meus familiares a me visitarem numa cadeia injusta”, declarou.
Na entrevista, o deputado criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de abuso de poder e perseguição política. Ele desafiou o magistrado a condená-lo à revelia e solicitar sua extradição aos Estados Unidos.
O parlamentar disse ainda que seguirá atuando no exterior, onde afirma ter recebido apoio da comunidade brasileira. Um novo evento organizado por ele está previsto para o próximo dia 26 de julho, em Miami.
O prazo de licença de Eduardo na Câmara dos Deputados se encerra no próximo domingo. Segundo ele, a decisão de não retornar já está tomada, embora ainda não tenha sido comunicada oficialmente ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A Câmara ainda não se manifestou sobre os procedimentos a serem adotados em relação ao mandato, que, em caso de afastamento definitivo, será ocupado pelo suplente.
