
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar controvérsia ao anunciar que vai autorizar o Departamento de Comércio a impor uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora do país. Segundo ele, a medida visa proteger a indústria cinematográfica norte-americana, que estaria “morrendo rapidamente” devido a incentivos oferecidos por outros países a produtores e estúdios de Hollywood.
Em publicação nas redes sociais, Trump justificou a decisão como uma ação de segurança nacional:
“A indústria de filmes na América está MORRENDO de forma bem rápida. Outros países estão oferecendo todos os tipos de incentivo para levar nossos cineastas e estúdios para longe dos Estados Unidos. Hollywood e várias outras áreas dos EUA estão sendo devastadas. (…) Estou autorizando, imediatamente, o Departamento Comercial dos Estados Unidos a instituir uma tarifa de 100% em todos os filmes que vêm para nosso país que são produzidos em terras estrangeiras. QUEREMOS OS FILMES FEITOS NA AMÉRICA, DE NOVO.”
A proposta acendeu alertas em Hollywood. Recentemente, o embaixador especial de Trump, o ator Jon Voight, esteve em reuniões com executivos da indústria. Embora alguns já esperassem uma iniciativa para estimular produções locais, a possível imposição de tarifas gerou preocupação quanto à viabilidade de gravações em países como Inglaterra e Austrália, onde os incentivos fiscais têm atraído grandes estúdios.
Um exemplo marcante é o da Marvel Studios, que desde “Vingadores: Era de Ultron” (2015) tem filmado diversas produções em Londres. Os próximos lançamentos da franquia — Avengers: Doomsday e Guerras Secretas — também serão gravados no Reino Unido. Com a nova medida, essas produções estariam sujeitas à tarifa de 100% ao serem exibidas nos EUA, o que pode afetar diretamente sua distribuição e bilheteria.
A proposta ainda não tem data para entrar em vigor e deve enfrentar resistência da própria indústria, que teme tanto o impacto econômico quanto as implicações criativas e logísticas da nova política.