
Foto: Ettore Chiereguini/AGIF/AFP
O governo Lula (PT) anunciou na quinta-feira (22/5) um pacote de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que penaliza diretamente a classe média, já apertada pela inflação e pela estagnação econômica. A alíquota sobre operações de crédito, câmbio e seguro será elevada para garantir uma arrecadação bilionária — R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 — com o pretexto de “fechar as contas” do governo nos últimos dois anos do mandato. A medida, tomada por decreto sem consulta ao Legislativo, provocou uma reação imediata do mercado e da sociedade, forçando o Planalto a recuar parcialmente em pontos controversos, como aplicações no exterior e remessas feitas por pessoas físicas.
Mesmo assim, o aumento do IOF permanece para operações cotidianas, como compras internacionais no cartão, que tiveram a alíquota elevada de 3,38% para 3,5%, uma afronta aos consumidores que tentam driblar a carestia no país. Em paralelo, a tomada de empréstimos por micro e pequenas empresas e MEIs ficará mais cara, dificultando a recuperação econômica e a geração de empregos. A taxação adicional em planos de previdência privada para quem faz aportes acima de R$ 50 mil evidencia a tentativa do governo de confiscar recursos da parcela mais produtiva e previdente da sociedade, sob o argumento questionável de “corrigir distorções”.
Para o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, a “potência fiscal” das medidas é necessária para manter o governo “na rota correta” — uma declaração que soa como um pedido de desculpas pela incapacidade do PT em gerir as finanças públicas com responsabilidade e eficiência. O pacote de ajustes ocorre em meio a uma forte rejeição popular, com 54% dos brasileiros desaprovando a gestão Lula, segundo pesquisa Ipespe.
No mesmo dia, o governo anunciou bloqueios e contingenciamentos que totalizam R$ 31,3 bilhões nas despesas públicas, um número que surpreendeu o mercado por sua magnitude, mas que não deve mascarar o cenário fiscal deteriorado. Economistas alertam que o esforço pode ser insuficiente para cumprir as metas, especialmente em 2026, quando o governo terá que enfrentar pressões adicionais para reajustes em programas sociais, que são um dos poucos pontos de popularidade do PT.
Esse aumento de impostos e corte de gastos mostram um governo acuado, que opta por penalizar a classe média e setores produtivos para tapar buracos financeiros causados por má gestão e prioridades equivocadas. Enquanto isso, o discurso oficial insiste em medidas de ajuste fiscal que pouco aliviam o cidadão comum, que já paga caro pela crise econômica e pela instabilidade política.