
Um motorista de aplicativo, de 34 anos, morreu na manhã de domingo (20) após sofrer um surto psicótico e entrar em confronto com policiais militares no bairro Nações Unidas, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi contido com disparos de arma de choque e levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde teve a morte confirmada. A causa exata ainda está sendo investigada.
O episódio começou por volta das 7h, quando moradores acionaram a Polícia Militar ao ouvirem gritos vindos de dentro de um carro. Ao chegar ao local, os PMs encontraram o motorista em aparente surto psicológico, com comportamento agressivo e falas desconexas. Segundo o boletim de ocorrência, ele tentou arrancar o soldado que dirigia a viatura para fora do veículo, gritando: “Me dá sua arma”.
Para conter o homem, a PM utilizou uma arma de choque em três tentativas. O primeiro disparo não funcionou por ficar preso à roupa. O segundo foi arrancado pela vítima antes de a descarga ser ativada. Somente o terceiro disparo gerou a descarga elétrica por cinco segundos. Mesmo assim, o motorista só foi contido com a ajuda do passageiro, que apresentava ferimentos e estava ensanguentado.
O motorista foi algemado e levado para a UPA de Sabará, onde morreu pouco tempo depois. Segundo os policiais, ele apresentava força fora do normal e sinais de possível uso de substâncias entorpecentes. A identidade do condutor não foi divulgada oficialmente, mas o boletim indica que ele já possuía duas passagens por tráfico e uma por desacato.
Passageiro relata momentos de terror
O passageiro, que também foi atendido na UPA, relatou que havia solicitado a corrida no bairro Santa Mônica, em Belo Horizonte, com destino a Itacolomi, em Sabará. Durante o trajeto, o motorista começou a se emocionar e contar histórias pessoais, dizendo que havia sido traído pela esposa e que não podia ver o filho.
A conversa tomou um rumo agressivo, culminando em ameaças como: “Vou te matar, encher seu rosto de tiro, comer seu coração, arrancar seus olhos”. O motorista então foi para o banco de trás e começou a agredir o passageiro com socos. Houve luta corporal dentro e fora do veículo até a chegada dos policiais.
A Polícia Civil deve investigar as circunstâncias da morte e aguarda o laudo médico para esclarecer se houve relação direta entre os disparos de arma de choque e o óbito.