
O empresário Alerrandro Adriano de Andrade Araújo foi preso na manhã desta quinta-feira (29), em Monte Alto, no interior de São Paulo, acusado de liderar uma organização criminosa especializada em falsificar bebidas alcoólicas e vendê-las como originais a adegas de todo o estado de São Paulo e parte de Minas Gerais.
A prisão é resultado da segunda fase da Operação Parece Mas Não É, deflagrada pela Polícia Civil. Em sua residência, os agentes encontraram centenas de garrafas prontas para comercialização, rotuladas com marcas famosas, mas recheadas com líquidos de origem duvidosa.
A investigação teve início em janeiro deste ano, quando Anderson Alex da Silva foi preso em flagrante na zona leste da capital. Na casa dele, a polícia encontrou aproximadamente 5 mil garrafas de uísque, vodka e gim, todas preparadas para distribuição em adegas das zonas norte, sul e leste de São Paulo.
Segundo os investigadores, a quadrilha operava um verdadeiro laboratório clandestino, onde garrafas eram lavadas, reabastecidas com bebidas de baixíssima qualidade e misturadas com coquetéis químicos para simular o sabor de marcas conhecidas. O produto final era vendido a preços de mercado: uma bebida cujo conteúdo custava R$ 5 era revendida por até R$ 200.
“Quase 90% das adegas das periferias de São Paulo recebiam esse tipo de bebida falsificada”, revelou um dos policiais envolvidos, sob condição de anonimato.
Com a quebra do sigilo telemático do celular de Anderson, autorizada pela Justiça, os investigadores conseguiram mapear a rede criminosa e identificar o empresário Alerrandro como o principal financiador e coordenador do esquema.
Além de Monte Alto, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste. A operação segue em andamento, e outros envolvidos podem ser presos nos próximos dias.