
A enfermeira Nara Priscila Carneiro, de 40 anos, foi condenada a 28 anos de prisão pelo assassinato do colega de trabalho e amante, Ramam Cavalcante Dantas. O crime ocorreu em julho de 2017 dentro de um hospital infantil no Centro de Fortaleza, onde ambos trabalhavam.
De acordo com a investigação do Ministério Público do Ceará (MPCE), Nara e Ramam mantinham um relacionamento extraconjugal havia quase dois anos. Grávida do colega, a enfermeira temia que a revelação da paternidade prejudicasse seu casamento de mais de uma década. O homicídio teria sido motivado por esse temor.
A morte inicialmente foi tratada como suicídio. Ramam foi encontrado com uma seringa no braço e vestígios de pó branco nas narinas, numa tentativa de simular overdose. No entanto, exames apontaram que não havia cocaína no sangue da vítima, mas sim midazolam e cloreto de potássio — substâncias que, combinadas, causam parada cardíaca e são utilizadas em procedimentos hospitalares com alto controle.
Imagens de segurança registraram o casal entrando junto na sala onde o corpo foi localizado, mas apenas Nara foi vista saindo. A sala estava trancada e apenas ela tinha acesso às chaves e aos medicamentos utilizados no crime. Seringas e frascos encontrados no local também apresentaram material genético feminino.
O Conselho Federal de Enfermagem cassou o registro profissional de Nara por 30 anos, após processo ético-disciplinar que concluiu pela violação do código de ética da profissão.
A defesa da enfermeira recorreu da sentença, alegando falta de provas concretas e solicitando a retirada das qualificadoras. No entanto, o Tribunal de Justiça do Ceará manteve a condenação, considerando sólidos os indícios de autoria e materialidade do crime.