
O confronto entre Israel e Irã entrou neste sábado, 15 de junho, no seu quarto dia consecutivo de ataques, deixando um saldo de pelo menos 128 mortos no Irã e 14 em Israel, segundo dados oficiais dos governos dos dois países. A ofensiva de ambos os lados tem atingido alvos militares e civis, ampliando o temor de uma guerra regional em larga escala.
As forças israelenses intensificaram os bombardeios sobre instalações militares, nucleares e depósitos de combustível no Irã. A operação, batizada de “Leão Ascendente”, visa conter o avanço do programa nuclear iraniano, segundo o governo de Israel. Entre os alvos atingidos estão áreas estratégicas em Teerã e outras regiões do território iraniano.
De acordo com o Ministério da Saúde do Irã, os ataques deixaram 128 mortos e cerca de 900 feridos. Organizações de direitos humanos e ONGs que acompanham o conflito apontam, porém, que o número real de mortos pode ser ainda maior, chegando a pelo menos 224 vítimas. Entre os mortos iranianos estão líderes militares de alto escalão, como o chefe de inteligência da Guarda Revolucionária, Mohamed Kazemi, seu adjunto e o comandante Amir Ali Hajizadeh.
Em resposta aos bombardeios israelenses, o Irã lançou mais de 150 mísseis balísticos e 100 drones contra cidades israelenses, incluindo Tel Aviv, Haifa, Bat Yam e Tamra. Os ataques provocaram a morte de 14 civis israelenses, entre eles mulheres e crianças. Em Bat Yam, seis pessoas morreram, incluindo um bebê encontrado entre os escombros de um prédio atingido. Em Tamra, quatro mulheres de uma mesma família foram vítimas dos bombardeios.
O governo de Israel reconheceu limitações em seu sistema de defesa aérea, o que contribuiu para o número de vítimas. Apesar da existência de barreiras antimísseis, as autoridades orientaram a população a permanecer em abrigos sempre que os alarmes de ataque forem acionados.
A escalada do conflito também trouxe reflexos para a rotina no país. O governo israelense suspendeu eventos públicos, como a parada do Orgulho LGBTQIA+ prevista para ocorrer em Tel Aviv.
No campo diplomático, a situação se agrava com ameaças de novos ataques. O Irã advertiu que pode estender as ações militares contra bases dos Estados Unidos, Reino Unido e França, caso haja envolvimento direto dessas nações na defesa de Israel. Por outro lado, o governo norte-americano já afirmou que responderá de forma contundente a qualquer agressão a seus interesses na região.
Com o aumento das tensões, países vizinhos como Jordânia e Síria fecharam seus espaços aéreos, e a comunidade internacional acompanha com preocupação a possibilidade de que o conflito se transforme em uma guerra de maiores proporções.