
A estudante Yandra Ebonnie de Souza dos Santos, de 29 anos, se pronunciou pela primeira vez após atropelar duas colegas de turma na Avenida José Tupinambá, no bairro Julião Ramos, em Macapá (AP). O caso, ocorrido na última quinta-feira (9), foi registrado por câmeras de segurança e repercutiu amplamente nas redes sociais.
As jovens Dayane Moraes, de 19 anos, e Stephany Miranda, de 21, foram atropeladas enquanto caminhavam pela avenida. As imagens mostram o momento em que o carro conduzido por Yandra cruza para a pista contrária e atinge as duas por trás. As vítimas afirmaram que o atropelamento foi motivato por uma discussão em sala de aula minutos antes e que se dirigiam à delegacia para registrar uma denúncia de injúria racial contra a colega.
Em entrevista ao g1 neste sábado (11), Yandra negou ter agido com intenção de matar e disse que atravessava um período de forte abalo emocional. O depoimento foi concedido por videochamada, acompanhada de três advogados.
“Eu já vinha sofrendo ameaças e provocações desde o fim do relacionamento da Dayane. Não sei por que ela me envolveu nisso. A Stephany também passou a me atacar, mesmo sem termos tido problemas antes”, declarou.
A estudante relatou que agiu por impulso:
“Não pensei em matar ninguém. Eu estava sem meus filhos, cansada, sobrecarregada. Foi um momento de rompimento. Eu só queria assustar, mas perdi o controle do veículo.”
Yandra também negou as acusações de injúria racial e afirmou ter registrado boletim de ocorrência por ameaças. “Em nenhum momento ofendi ninguém com palavras racistas”, disse.
De acordo com ela, o carro utilizado no atropelamento pertence ao companheiro, que mora na Guiana Francesa, e a estudante pretende se apresentar à polícia quando ele retornar ao Amapá.
Durante a entrevista, Yandra mencionou ainda que é mãe solo e enfrenta uma condição de saúde que afeta seu equilíbrio emocional. “É uma doença que não tem corpo, mas exige tratamento e acompanhamento. A falta de compreensão sobre isso torna tudo mais difícil”, afirmou.
Ao final, ela pediu desculpas às vítimas:
“Não era minha intenção. Infelizmente aconteceu diante de tanta perseguição. Eu sinto muito por tudo. Se pudesse voltar atrás, tomaria outra decisão.”