
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2019 revelou resultados curiosos sobre a relação entre o estado civil e o risco de desenvolver demência. O estudo, que acompanhou mais de 24 mil americanos sem sinais da doença no início da pesquisa, analisou os participantes por um período de até 18 anos.
🔍 Casados x Solteiros: quem corre mais risco?
A equipe de pesquisadores comparou as taxas de demência entre diferentes grupos conjugais — casados, divorciados, viúvos e solteiros que nunca se casaram. Num primeiro momento, os dados indicavam que todos os três grupos de solteiros tinham um risco menor de desenvolver demência em comparação com os casados. No entanto, após levar em conta fatores como tabagismo e depressão, apenas os divorciados e os que nunca se casaram mantiveram esse risco reduzido.
O levantamento também observou diferenças dependendo do tipo de demência. A ausência de casamento esteve consistentemente associada a um risco menor de desenvolver a doença de Alzheimer, a forma mais comum da enfermidade, mas esse padrão não se repetiu no caso da demência vascular, menos frequente.
Outro ponto interessante foi que pessoas divorciadas ou solteiras tinham menos probabilidade de evoluir de um comprometimento cognitivo leve para um quadro de demência. Já os que ficaram viúvos durante o estudo apresentaram menor risco em comparação a outros grupos.
🧠 Por que isso acontece?
Uma das explicações levantadas pelos autores é que pessoas casadas podem ser diagnosticadas mais cedo, pois contam com um parceiro capaz de identificar os primeiros sinais de problemas de memória e incentivar a busca por atendimento médico. Assim, a demência poderia parecer mais comum entre casados não por ser mais frequente, mas por ser detectada mais rapidamente.
📌 O que isso revela?
O estudo desafia a ideia tradicional de que o casamento, por si só, é sempre positivo para a saúde. Os pesquisadores destacam que o fator decisivo pode não ser o status de relacionamento, mas sim a qualidade das conexões afetivas, o sentimento de apoio e satisfação emocional nas relações.
O trabalho reforça a necessidade de se olhar para o bem-estar emocional e os vínculos sociais de forma mais ampla quando se fala em envelhecimento saudável e prevenção de doenças cognitivas.