
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (19) uma série de medidas contra o México em resposta a ações do governo mexicano que, segundo autoridades norte-americanas, prejudicam companhias aéreas dos EUA. As medidas incluem possíveis restrições a novos voos mexicanos para os EUA e a revogação da imunidade antitruste da joint venture entre a Delta Air Lines e a Aeromexico.
A principal reclamação dos EUA é que, desde 2022, o México tem violado acordos bilaterais ao rescindir unilateralmente slots de pouso e decolagem para empresas americanas no Aeroporto Internacional Benito Juarez (MEX), além de ter forçado companhias de carga dos EUA a transferirem suas operações para fora do terminal, em 2023.
“O México alterou significativamente o campo de atuação das companhias aéreas, reduzindo a concorrência e dando vantagem injusta a competidores locais”, afirmou o Departamento de Transportes dos EUA em nota oficial. Segundo a pasta, essas mudanças impactaram empresas, consumidores e a fluidez do comércio entre os dois países.
O secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, declarou que, caso o México não apresente soluções, seu departamento poderá negar autorizações para novos voos de empresas mexicanas. Também foi proposto o fim da imunidade antitruste da parceria Delta-Aeromexico, o que impediria a cooperação entre as empresas em áreas como precificação e divisão de receitas.
Apesar das possíveis sanções, a Delta poderá manter seus voos e sua participação acionária na Aeromexico. Procurada, a companhia aérea americana não comentou o caso até o momento. Já o Ministério dos Transportes do México também foi questionado, mas ainda não se pronunciou.
As tensões ocorrem em um momento de crescente demanda por voos entre os dois países. O México é hoje o destino internacional mais popular entre os passageiros de companhias aéreas dos EUA.